quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009


Acordei no sonho. Sim, no sonho...deixei este mundo [demasiado real] e fugi, refugiei-me no sonho, bom, feliz, perfeito..[demasiado perfeito?não...] e estou cá, trouxe-vos comigo, vós que amo tanto, vós que encheis o meu coração quando este se parte...


O sonho não tem ano, não tem tempo, estamos nós apenas, sem traições, sem mentiras, sem perdas, sem esconde-esconde...

Aqui, no meu sonho, amo apenas.

Este é o meu 2009...


[deixam-me??]

sábado, 13 de dezembro de 2008

[Porque] Hoje é Natal


Hoje puseste um fim no que somos. Não, não sei dizer o que isso é…amor? Não, não me amas…paixão? I hope so…Hoje mentiste-me e falaste-me do que já não somos. Trataste-me como uma qualquer, como se de uma conquista se tratasse…Hoje eu tenho medo de deixar de me amar. Hoje eu tenho medo de te amar mais do que a mim. Hoje tenho medo de esquecer aquilo que me dói em prol…de ti!

Hoje sinto-me menos do que antes. Menos pessoa. Porque hoje sinto mais. Mais emoções.

Hoje quero gritar com o mundo. Quero dizer-lhe que é Natal…que é altura de Amor, mas que Eu sofro por amor…Hoje quero bater-lhe com todas as forças que tenho, quero dizer-lhe que não, que não desisto de ti, do teu amor, de mim…

Hoje choro e não posso deitar uma lágrima. Não posso porque isso seria sinal de fracasso, e eu não sou fraca! NÃO POSSO SER. Mas a alma está a gritar amor, grita por ti como se de uma morte se tratasse. Estará ela a morrer? Eu não lhe chego. Ela manda neste pobre corpo. Manda e comanda. Não me deixa comer ou beber, não me deixa viver. Eu estou só. Quero esquecer esta noite, mais uma…Mas nunca as esqueço…[demasiado fraca]…

Hoje pensei neste ano...não estejamos nós quase no final do ano…Pensei e soube-o sem pensar. Soube que só tive uma coisa boa: Tu. Entraste de rompante, sem pensar, sem agir…deixei que invadisses corpo e alma sem ripostar. Invadiste e soube que eras tu quem há muito procurava…procurava sem saber que eras tu nesse corpo, procurava sem esperança de viver um amor. Hoje soube-o, como soube-o ontem sem pensar. Hoje vi que não há mais alegrias…Hoje soube que perdi uma amiga sem que esta me tivesse explicado o porquê [como dói…], Hoje soube que a minha mãe morreu num corpo que anda por aí, mas não, não é ela…não pode ser. [volta!]

Hoje soube que a vida muda, mas também soube que não posso pensar no Amanhã.
Hoje quero-te mesmo que não o desejes.
Hoje já desisti de pessoas, mas não de ti.
Hoje sinto-me só mesmo estando rodeada por tanta gente. (lonely é a palavra)
Hoje só sinto segurança nos teus braços mesmo que estes desejem o calor de outro alguém.
Hoje o teu beijo é o meu porto de abrigo mesmo que as palavras doam e me cortem o coração.
Hoje sou tua.

…Porque Amanhã este corpo pode já não ser meu…

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Queria que me lesses...

Queria que me soubesses ler. Queria que me entendesses pelo sonho que transporta cada letrinha que te dedico...mas falta-me coragem. Não sei se quero que conheças o infinito que é o meu ser.
Hoje pedi-te um beijo. Não o tive...
Ontem queria um abraço. Não mo deste...
Tenho medo do que quererei Amanhã...tenho medo de não te ter aqui, comigo...
Não sei onde estás.
Porcurei-te durante tanto tempo amor, tanto que não sei quanto. Porcurei-te sem saber que eras Tu quem procurava. Encontrei-te e não te reconheci...Perdoa-me a amnésia. Fui-te conhecendo, fui vendo que sim, eras tu quem eu procurava. Fui-te amando sem saber se o que sinto é AMOR...Fui chamando-lhe amor, é bonita a palavra...[Não achas amor que a palavra comporta em si significados lindos?]
Hoje escrevi-te uma carta de amor. Não é linda, não é poética, é apenas uma carta...uma carta feita em papel amachucado, escrita em momentos parados, escrita enquanto resolvia a minha vida. É feia demais para te dar...digo-te apenas o que nela continha:
"Procurei-te e encontrei-te. Senti o teu beijo de uma forma tão intensa como nunca havia sentido. Reconheci no modo como fazemos amor, uma parte do meu ser. E, por isso, ADORO-TE tanto...tenho medo do futuro, tenho medo que sejas demais para mim. Mas fazes-me rir e sorrir amor...Consigo ver no teu olhar expressões de amor, de segurança e ternura. Quero amar-te sem medo, mas não consigo. Quero que sejas meu como sou tua!"
Hoje ganhei coragem...sim, estava decidida a entregar-te o meu ser...Mas hoje não te vi, hoje foste um sonho, hoje perdi a coragem.
Hoje não me lês.

domingo, 24 de agosto de 2008

A cor da morte


Ele venerava a sua mulher. Sim, era sua. Era consigo que ela fazia amor, era a si quem ela beijava, era a si quem ela acariciava...era a si que ela pronunciava a mais bela das palavras "AMO-TE". A vida de ambos era azul...não um azul depressivo e frio, mas antes um azul de calma, de harmonia.


Ele adorava sentar-se no cadeirão do quarto enquanto ela se vestia, enquanto ela se penteava lentamente. Ela não o fazia em silêncio, não, ela falava falava e falava...contava-lhe o seu dia neste momento antes de jantar...ele proferia um "sim, eu sei" ou "claro, eu entendo". Ele consentia tudo o que ela dizia sem que, no entanto, estivesse atento às suas palavras. Ela não sabia. Ele não entendia. Mas, aquele momento era, para si, um orgasmo intenso, profundo, duradouro e, acima de tudo, SEU com ela, a sua mulher.


O cabelo era comprido, forte, preto como a noite. A escova teimava em percorrê-lo e, era ele, com o pensamento quem conseguia penetrar a escova no cabelo...era ele, sim, ele sabia! As gotas percorriam cada cabelo e continuavam vivas nas suas costas...faziam desenhos que só ele os entendia! Ele sorria. ["Estás a rir-te porquê?" "Estou a sorrir para ti amor, só isso"]


Ela não usava secador. Deixava o cabelo encaracolar...Ela era linda, tinha os olhos azuis, da cor da sua vida. Ele olhava-os pelo espelho e via-lhe a alma. Ela pouco ou nada sabia. Ele gostava de a ver por o pó de arroz na face...gostava de a ver por um pouco de rímel, tornando os seus olhos maiores, replectos de desejo, preciosos! Ela finalizava com o batom...de uma cor suave, rosa, fazendo-o visualizar a carne dos lábios, as partes íntimas da sua mulher. Aí, ele atingia a plenitude do orgasmo...ela não reparava. Ele levantava-se, beijava-a na testa e apenas dizia "despacha-te...temos as pessoas à espera no restaurante".


Eles eram considerados pessoas importantes na cidade.Talvez pelo emprego que tinham, viam-se quase diariamente em jantares com A ou com B...Pouco tempo tinham a dois. Ele apenas tinha aquele momento...podia considerar-se uma pessoa feliz. Era um homem bem sucedido profissional e amorosamente. Tinha orgasmos quase todos os dias, mas nem todos os dias fazia amor com ela.


Houve uma noite diferente. Houve uma noite em que ela quis surpreender o seu marido com um jantar a dois. Ele gostou da ideia. Mas...ela, enquanto ele sentia prazer ao vê-la, ela ousou pintar os lábios de vermelho. [Porque teria ela feito isso?] A mente dele ficou confusa. Não percebeu. [o que significaria ali, nos seus lábios, a cor de sangue?] Para ele vermelho na sua mulher não era sinal de paixão...Ela teve uma noite amorosa. Ele teve uma noite enervante, de questionamentos, de despertar...


Chegaram a casa. Ela voltou a sentar-se na mesma cadeira onde ousou usar a cor vermelha. Ele soltou o animal que há em si. Fizeram amor como nunca haviam feito. Ela teve o seu orgasmo. Ele não. Ela pensou ter despertado a relação. Ele quis torná-la toda daquela cor. Num só golpe, ela era o vermelho dos seus lábios. Ele estendeu-a no leito enquanto ela jazia. O vermelho invadiu os lençois...ele pôde sentar-se no cadeirão e lentamente continuou num orgasmo mental...


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Momento de Felicidade

Um beijo lento e molhado...será talvez a minha melhor definição para o momento que passámos.
Apareceste do nada, enquanto a vida não me era nada. Fizeste-me sentir importante. Partilhámos momentos a dois, longe de tudo e de todos. Fizémos amor vezes sem conta. Beijei-te até não poder mais. Deixei que conhecesses o meu corpo antes que eu própria o fizésse. Amei-te sem razão, sem porquês nem para quês. Amei-te simplesmente. Planeei o [nosso] futuro. Pensei em voltarmos ao nosso País juntos..apresentar-te aos "meus". Conhecer os "teus". Vivermos a vida como se de uma noite louca de sexo se tratasse.
Tive momentos em que duvidei de ti, de mim, do nosso amor. Mas, acreditei que estaríamos juntos. Acreditei e sonhei. Esqueci-me que o sonho não passa disso mesmo, de um sonho...por muito que durmámos, haverá um dia em que puf, acordamos!
Sempre tive o sono leve. Talvez por isso a nossa história de amor durasse tão pouco tempo. Acordei. Tu já não estávas e eu continuava à tua espera. O teu amor é outro. [haverá sempre um fantasma do passado?]
O arrepio que sentia sempre que fazíamos amor, agora não passa de uma brisa que percorre o meu corpo sempre que penso em ti, sempre que te vejo com ela...
Demasiado curto este amor...
IT´S UNDENIABLE THAT WE SHOULD BE TOGETHER

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Diálogo ou Monólogo?

- Não sabes o que isto é, não sabes o que é sonhares quando queres, levitares no ar sem rumo ou pressões da merda do pensamento! sabes? sabes o que é sentires que te estás a afogar, sem estares, e de repente nadares em direcção a nada, comeres e beberes e não saberes o quê? conheces a sensação? não...Eu conheço!! Eu ando à deriva, procuro o ar que me indique um caminho e não o encontro! Sinto-me presa neste mundo! Serei claustrofóbica?
Passa-me o isqueiro.
- Estás a ouvir-me? Nem isso consigo que o façam! Sou nada mais que uma alma penada neste mundo. O mundo é uma merda, mas eu sou mais. A minha vida é apenas aquilo que eu fiz dela, ou melhor, aquilo que deixei de fazer! Sou uma merda.
Dá-me um cigarro bah...
- Queria ter fé. Podia soccorer-me dos anjos, de Jesus Cristo e sei lá o quê...Estabelecia diálogos com ele, em vez de contigo! Ele ouvir-me-ia. Tudo seria tão fácil. Mas não, nem isso sou. Acredito que posso unicamente falar contigo, humano, mas nem uma tertúlia mantenho. Será minha, a culpa?
- Estás a ouvir-me??!! Ouve-me que preciso! Sei, tenho pena de mim, estou aqui com lamurias...mas será que não tenho esse direito? Não vou chorar não penses. Já não sei o que isso é! Lamento apenas.
Vou à casa de banho.
- Esquece! Eu levo a mala comigo. É minha. Pára de me proteger! Já não tenho essas merdas comigo! Não confias em mim...nem tu! Fazes sentir-me pior, não me conheces é isso. Fica com a merda da carteira.
Venho já.
- As lâminas são minhas! uso-as quando quiser...tu não compreendes.
(humm...já não me ouviste...)

sábado, 21 de junho de 2008

O inimigo chamado Tempo

Os pensamentos correm por mim, correm, dissipam-se e tu não sabes o que tanto pensei sobre ti, sobre mim, sobre nós. O tempo passa e eu deixo-o passar. O tempo passa e tu não perguntas porquê. O tempo passa e tu não estás aqui.
Hoje não tenho tempo para nada. Hoje odeio o tempo e os pensamentos correm contra ele, o tempo. Hoje não penso mais em ti [minto, pensei agora].

O tempo ganha.
Eu perdi.

A verdade?
Sou uma fraude do meu ex Eu.

P.S. Espero, depois de dia 30, conseguir ser Eu outra vez...:S

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O Mundo não é meu


O dia foi um corre-corre...aliás, a minha vida é uma corrida, na qual não vejo a meta, uma corrida na qual não sei quem são os meus adversários, uma corrida contra ou a favor de não sei o quê...

Acabou mais um dia de trabalho, a noite acompanhou os meus passos até casa...caminho habitual este, mas esta noite chamou-me a atenção...terá sido a luz, cor de prata, da lua...


Cheguei a casa. Tacteei o chão no qual me sentei. O olhar procurava algo ou alguém...a pequenos palmos escontrei uma laranja. Segurei-a nas mãos. Pela primeira vez senti que tinha o mundo nas mãos. Pela primeira vez senti que controlava a minha vida, pela primeira vez pensei ter tudo o que sempre quis na palma das minha mão...Estava intacta! Não havia sequer uma fissura...era minha e eu era dona do mundo.


Mas, o espírito é fraco...o corpo, o desejo, a curiosidade foram mais fortes que eu [não sou mais que desilusão]. Abri uma pequena fissura...continuava ali o [meu] mundo! No entanto, caiu uma pequena gota de sumo...com a língua senti a sua doçura! O desejo foi maior...gomo a gomo fui ingerindo o meu mundo, gomo a gomo fui tornando-me pequenina pequenina...


A fruta foi-se...não havia mais mundo...ficou a casca, fiquei eu...porquê? O sumo da vida não era mais o mesmo. Também eu decidi pôr fim à vida. Também eu segui o sumo, também eu saltei para a escuridão, também eu desisti...o buraco negro venceu e sorriu.


Enquanto descia olhei o céu uma vez mais...a lua não era mais de prata, era antes laranja e, o sol nasceu quando o mundo não era mais meu.


P.S. Desculpem aqueles que me lêem, mas ando mesmo sem tempo para vos ler também...prometo voltar e ler tudinho!!;)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Tudo o que eu quero...

Não esperei pelo elevador, corri pelas escadas...a respiração ofegante fez-me parar antes de entrar em casa. Esperei um minuto...não te queria acordar...o pé batia no chão, a ansiedade era muita e...nem sei bem porquê...

Entrei. Pé ante pé fui deixando tudo pelo chão...primeiro a carteira ficou ali, na cadeirinha que compramos em Viana, depois o casaco, atirei-o para o sofá, mas acabou mesmo no chão...os sapatos esses, deixei-os algures...não importa bem onde! E lá te vi amor...fiquei um tempo à porta, a conter a respiração para que não me ouvisses, fiquei ali, a contemplar-te, a sorrir para ti, a agradecer ter-te na minha vida...a olhar-te!

Peguei num cobertor e cobri-te...a música ainda tocava [terias adormecido há pouco tempo...] Tocava "Hallelujah"...

Cheguei tarde, a noite foi delas, das amigas...a noite foi de risos, de fofocas, de conversas há muito esquecidas, de desabafos, de "flirts"...confesso que senti saudade de estar predisposta aos "flirts", confesso que senti inveja delas...[notar-se-á que te amo?...a minha noite foi sem "flirts"...]

Mas, eu tinha-te em casa! Aliás, eu tenho-te...e ali estava eu, a olhar para ti...

Apeteceu-me beijar-te...beijei-te a cara, beijei-te o pescoço, beijei-te os lábios...acordaste. Perguntaste-me como foi a noite...sorri-te e...

...apenas te disse:
- "Tudo o que eu quero é poder beijar-te quando me apetecer..."

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Da minha à nossa vida...


O final é meu. O final de uma etapa, o final de mim, o começo de nós.

Observo a minha casa vazia...as paredes estão nuas, têm apenas as marcas dos quadros até então pendurados, o chão é todo igual...não tem mais os meus tapetes. A minha casa está nua. Solto um suspiro e ouço-o uma e outra vez...não gosto do eco que faz. Relembro a minha vida. Dizem que na hora da morte a vida passa-nos na mente num flash, mas agora eu sei que isso também acontece em época de mudanças...tu esperas-me lá fora. O momento é meu. Não sei quanto tempo estive sozinha, só sei que sorri e chorei diversas vezes...olhar os caixotes da minha vida fez-me sentir saudade..não sei bem de quê ou de quem, mas senti...


Fui uma última vez ao quarto, ao meu quarto, deitei-me na minha cama, de solteira, e fechei os olhos. Fechei-os e percorri, deitada, toda a casa...percorri todos os cantos e fiz, uma última vez, a minha rotina de sempre...Sorri e abri os olhos! Já não era mais a minha casa...o meu sofá não estava mais ali, ao canto do quarto, onde voava tantas vezes naquele mar que dali se via...


Fechei a porta. Deste-me a mão carinhosamente...tens consciência da importãncia deste momento para mim. Não proferi qualquer palavra. Não estava triste, não penses...O carro arrancou e fomos. Deixei a minha casa, conduziste-me à nossa casa.


Entrei. O chão está igualmente nuo...A casa faz eco...Os caixotes da minha vida misturam-se com os teus. [já não sei quais os meus...]. Tu sorris e beijas-me. Perguntas-me se estou bem. Sorrio apenas. As paredes estão igualmente nuas, mas não têm as marcas da minha vida...irão ter as nossas. A vista da janela do quarto não é mais o meu mar...mas também não a quero ver...não hoje!


Fechei a porta. Mas agora tu estás lá...


"Anda, vem deitar-te comigo...a cama é grande!"

terça-feira, 20 de maio de 2008

Deusa de mim


Sonhei. Escalei as indomáveis barreiras da vida e sonhei! Palavras, sonhos e sentidos embebecidos num olhar apaixonado invadiram-me, percorreram sem autorização as veias que me formam. Sentimentos angelicais estes que revolveram-me as vísceras!

E assim senti-me Deusa de mim! E assim um anjo soprou-me ao ouvido e disse-me as mais belas das palavras, palavras que não conseguirei mais reproduzir. [o Belo em si]


E assim fui Deusa de mim.

Tive a ousadia de o querer ser uma vez mais [toliçe], uma vez e mais outra, tantas quantas fossem possíveis, tantas que me fizessem desejar não o ter sido...sim, porque a queda é grande demais para suportar! Aquilo que me tornou Deusa, matou-me! O tempo parou e a vida, ai...essa, percorreu-me mas não me permitiu mais percorrê-la mais...Vivi em função de ser Deusa e...afinal, nunca o fui.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Diálogo


- SÓ QUERIA OUVIR A TUA VOZ...
- TAMBÉM ESTAVA A PENSAR EM TI!
- VOAMOS JUNTOS?
- VOLTAREMOS A VER-NOS.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

O meu dia

O dia é-me importante e eu percorro a noite acordada. A ânsia da chegada, da sua chegada, a ânsia de não morrer antes do amanhã…a minha demanda de sentido!
Quero acordar a sorrir [não, não me quero lembrar de ti amanhã…desculpa, o dia é meu!], quero acordar feliz [como nunca], quero acordar e pensar que Tenho. O dia é meu…

…Sou quem sempre quis ser, ou melhor, nunca quis ser alguém que não eu. Tenho-vos a vós, família à minha espera…entro naquela porta, enorme, robusta…e vejo-o ao fundo. Encho-me de sorrisos bernardos, estou solta, pinto de branco a paisagem da minha vida. Sou dona do mundo, olho como quem pode olhar o mundo. Toco-te como quem encosta os lábios, como quem beija a primeira vez...Arrepia-me a pele enquanto entro, entro porque sou a rainha de hoje. Tu estás aí e olhas-me. Não desvio o olhar. Sinto que me beijas…à distância…beijas-me enquanto conheces todos os cantos da minha boca [eu deixo]. Conduzo-te até mim. Vem…percorre o caminho que nos separa, percorre-o como quem sobe um rio, e chega até mim. Vem e percorre-me o corpo…Hoje quero. Tu és a minha margem…eu serei o teu rio! Só eu sei quando te alcançar…a força é minha, tu és meu, eu sou dona do mundo! Dialogamos. Não proferimos palavras…as nossas mentes mergulham uma na outra.

As horas passam. A noite contínua a ser. Amanhã será o dia…o meu…
A família não está…a família não é família, é antes um conjunto de pessoas que não se conhecem.
Tu, meu amor, tu não existes.
Eu, eu não sou quem quis ser, não sou feliz, não faço sorrisos bernardos…
O dia sim, é-me importante…mas é de choros, não de risos.

Eu vou...e vou chorar. Porque me lembro de ti, de ti e de nós, porque me lembro de MIM e do meu DIA.

- “não posso ir”
- "eu sei"

domingo, 4 de maio de 2008

Hoje digo nada


Apercebi-me agora que ainda não disse uma palavra hoje...da minha boca não saíu qualquer tipo de som. Este não falar, esta solidão fez-me pensar no dia do hoje...Hoje, disse-te Nada. Hoje, esperávas ouvir-me, Hoje se calhar estavas à espera...Mas, Hoje digo Nada.


Hoje não te posso dizer que és a melhor do mundo...

Hoje é dia de reflexão.
Hoje é dia de medo.
Hoje é dia de tristeza.
Hoje é dia de luto...não da tua morte, mas da tua inexistência em mim.


Hoje tu estás aí e eu aqui. Separadas de tudo. Hoje sei quem foste, Hoje digo que já foste a melhor...Hoje sei que o Monstro venceu e tu deixaste.


Hoje já não és.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O Momento




Hoje é o teu aniversário, hoje faz um ano.


Faz hoje um ano da tua morte. Faz hoje um ano que deixei de ser amada. Faz hoje um ano que tu foste. Faz hoje um ano que estou só.


Parei de chorar por ti. [não, não deixei de te amar]. Parei de sorrir. Parei de ser amada, de ter prazer contigo. Faz hoje um ano...


Faz hoje um ano que o teu corpo forte e robusto foi nada perante um golpe. Lembro-me daquela noite...penso nela todos os dias. Lembro-me do cinema a que fomos...do gelado que comemos enquanto regressavamos a casa [a nossa...à qual tu não regressaste!]. Lembro-me do olhar dele, das palavras duras [a medo], do passa pra cá a carteira, do teu abraço para me proteger, do teu calma calma, do empurrão que lhe deste quando se aproximou de mim, do meu choro choro, do teu calma calma...[és o meu herói, sabias?]


Lembro-me do teu olhar para mim.Não mais olhaste para ele. Ele foi. Tu ficaste nos meus braços, percorreste o meu corpo enquanto caias e eu não te segurava...[não consegui...] Tocaste-me uma última vez enquanto derramavas a cor da morte...enquanto me sujavas com o teu sangue, o teu, o meu! Caíste nos meus braços...caí eu também contigo...apertei-te contra o meu peito [amo-te amo-te amo-te], mas não te disse amo-te. Disse-te não vás...[perdoa-me...o amo-te significaria despedida...]. O teu corpo desapareceu. O teu corpo transformou-se...na cor da morte...gritei por ti amor...gritei por mim!

Tapei-te com um lençol branco...branco para esconder a cor da morte, mas ela é forte amor...ela venceu-me, ela cobriu-te de novo. Quis esconder-te...por momentos pensei em levar-te para a nossa casa, a nossa cama, nos nossos lençois...os lençois do prazer, da paixão...mas foram apenas momentos.

Faz hoje um ano que sinto saudade. Faz hoje um ano que deixei de chorar, que deixou de doer...[mas magoa sabes...]. Saudade do que fomos amor, saudade do que seríamos, saudade do que poderiamos ser...

Hoje não pude deixar de pensar. Não choro amor...Apenas AMO-TE...


Pega, aceita esta flor...


segunda-feira, 28 de abril de 2008

Miminho :)


Recebi este miminho da Ignota...:)

muito obrigada, não só por este miminho, mas por todas as visitas que me fazes...:)

Isto das amizades blogueiras é muito giro...eheh


Passo então, o mesmo a sete pessoas [parece que têm de ser só 7]: Maluca Responsável; Art of Love; Bruxinha; Bono_Poetry; Francis; Margarete da Silva e Mr. Heavy...porque gosto de vos ler e porque gosto das vossas palavras...


aos outros, fica para a próxima...:)


kiss

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A casa doente


A casa cheia, hoje está vazia.


Mais um fim de semana igual os demais. Um fim de semana sozinho, num mundo replecto de gente, na terra que me acolheu por piedade, na minha casa, naquela que hoje está só. A nossa vida já não é o que era...Viviamos rodeados de amigos, aqueles com quem crescemos, que tiveram filhos e nos convidaram para padrinhos. Tínhamos sempre os fins de semana ocupados...não tinhamos tempo para nós...os dois...lembraste? [talvez seja esta a causa]


Quando o sonho desaparece...


Os nossos amigos de hoje, não são os amigos de sempre...[sabes porquê? eu não...] O sonho desapareceu. Conhecemo-nos ainda na Faculdade, tu eras a menina das letras, eu das ciências...tu gostavas de romances, eu de policiais...tu eras vegetariana, eu nunca disse não a um bom pedaço de carne...tu preferias passar os fins de semana em casa, enroscada em cobertores, eu esperava ansiosamente por sexta para poder sair e divertir-me...os nossos amigos diziam-nos que eramos totalmente o oposto um do outro...nós riamo-nos...[sorrio...]. A vida correu-nos bem...[acredito que sim!] Tu andaste de terra em terra...em trabalho...eu aguentei...não te quero culpar como antes o fiz [desculpa], mas não esperava esta doença...não agora...


A ilusão de um controle...


Eu pensava que te tinha. Pensei que nada nos atingiria...Niguém me explicou que isto aconteceria...ninguém me explicou. Há filhos que não tive, não tenho e não terei, e ninguém me explicou porquê. Culpei-te. As tuas indecisões, o teu medo, o desejo de ascensão na profissão...dizias que eu achava que era tudo fácil, que deixava as responsabilidades todas para ti...nunca acreditei muito nisso. Hoje percebo-te. A casa foi adoecendo...Os nosso amigos, que nos visitavam ao fim de semana, começaram a levar os seus filhos...O controle que sempre tive foi-se desvanecendo. O teu olhar foi-se tornando triste...cada vez mais...O relógio está virado, o teu não é igual ao meu. Não nos entendemos. Sinto-me a queimar...fiz coisas más a gente boa. Não me preocupa se o céu está a cair, sei que não o verei nunca...preocupa-me o nosso, o nosso céu, o nosso tecto, o teu! Perdi o controle...[perdoa]


O jogo de palavras...


O meu jogo não te convenceu. Pedi-te para ficar, comigo, para recomeçarmos...Estou só e velho. Não disseste uma única palavras. O teu olhar e gestos, uma vez mais, disseram-me que era o fim. Chorei, chorei e chorei...e tu foste. Bateste a porta, fiquei a gritar agarrado à maçanete da porta...voltei ao mesmo erro...e perdi-te. Matei a nossa relação, matei a nossa casa, matei a nossa terra. Não mais te vi...hoje sou uma ilusão do que fui, do homem que fui, da pessoa que fui...hoje estou só, sem amigos, sem ti. Hoje não sei quem tu és, não sei onde estás, não mais vi o teu olhar.


Hoje, a casa doente é casa morta.

domingo, 20 de abril de 2008

O café pela manhã


É hábito acordar tarde. É hábito tomar duche de manhã, vestir-me sem pensar se a roupa se adequa ao tempo lá fora. É hábito beber apenas uma café e sair...sair de casa, que era minha, mas que agora tomou proporções exageradas. Café simples, sem açúcar ou algo do género. Café bebido em pé, enquanto digo "vou já sair de casa...espere um minuto por favor" e saío sem olhar. Volto atrás {quase sempre] e dou-lhe de comer...faço-lhe uma festa pensando "desculpa, não tenho tempo...". Ela abana a cauda, num acto carinhoso, como quem compreende a minha situação, como quem me dá o abalo de continuar, como quem diz "vai, eu fico bem".



Pelo menos, quero que assim seja.



O dia começa assim. Trabalho com um sorriso na cara, trabalho com uma felicidade aparente...às vezes reparam que a roupa escolhida não se adequa com o maldito tempo...faço de conta. Convido A ou B para almoçar...[sim, minto-vos. A verdade é que não tenho com quem comer]. Alguém aceita...hoje tu, amanhã ele ou ela...Faço a dita conversa da treta, invento histórias de infância, aquela que não tive mas que um dia sonhei ter...[sim, um dia...porque Hoje já não sonho, hoje a minha vida nada reflecte sonhos ou aspirações. Hoje, a minha vida é o dia-a-dia até àquele bendito...].



Acho engraçado aquilo que vos faz feliz...confesso que aí dou um sorriso sincero...um sorriso de gozo sim...mas um sorriso...[não conta?]



Volto ao trabalho...sim, não um emprego, um trabalho. Há quem o considere óptimo, eu respondo "sim, gosto muito do que faço...". Digo, não porque vos queira mentir, mas antes porque nada sinto quando o faço...é-me automático, não sei que vos dizer mais.


18h. Hora de ir para casa. Tenho-a à minha espera. Digo-lhe que estou cansada, que agora não dá. Ela aceita [abana a cauda mais uma vez].



Tão compreensiva que ela é. Deve gostar de mim.



Olho o atendedor de chamadas. Ninguém ligou [nunca ninguém liga]. Aqueço algo no microondas. Como enquanto vejo TV. Bebo um vinho hoje, amanhã...Deve estar na hora de dormir. Não o consigo fazer. A pastilha é a salvação. Vou dormir. Amanhã o dia recomeça.



8h. Acordo.


O café está pronto para ser tomado. O telefone toca. Assusto-me, não estava à espera. Deito o café pela mesa...Ela foge, assustada. Atendo. Respiração ofegante [conheço-a]. Não falas. Também não tenho essa coragem [cobardes].


Sorrio. Sei que o fizeste também.

Desligamos.



Abro a porta. Deixaste-me algo a porta. Abro. O café continua a pingar da mesa enorme e inútil na minha vida.

Cai-me uma lágrima pela face...tento conter a segunda, não consigo. Caíu. [ela olha-me com admiração...terá pressentido a tua vinda?]

Deixaste-me um bilhete. Quis lê-lo com sofreguidão. Pousei-o na mesa. Merda! Está todo molhado de café. As letras estão a desaparecer. Agarro o papel com desespero. Derramo mais uma lágrima. Leio. Malditas lágrimas que não me deixam ver. Maldito café!



Sorrio. Aperto a carta com aquelas letras, palavras, frases, sentimentos.


Não larguei mais o que me deixaste...Cheiro a café. Não vou trabalhar. Sento-me na cadeira, em frente à mesa e fico...o dia todo a contemplar-Te...



Apetece-me chorar. Apetece-me sorrir.



SINTO. Indepentemente do quê, SINTO! como há muito não sentia...



Os dias foram passando...

A rotina voltou...

A mancha de café continua lá...na mesa...

Acordo todos os dias a pensar num telefonema...confiro inúmeras vezes a funcionalidade do telefone...

vivo à espera de mais um sinal teu...



...porque só assim, consigo SENTIR.

sábado, 12 de abril de 2008

A cama é-me pequena


Mais uma noite sem dormir. Sonhos [pesadelos], barulhos que não existem, mas que me assolam a mente. Pensamentos no amanhã, no porquê e no mas. Não consigo evitar, é mais forte do que esta mente fraca. Procuro o descanso dos homens...o sono. Sim, porque queria mesmo a paz, queria poder soltar-me, queria não pensar, queria sentir o amor, queria voar juntamente contigo [não, não sei quem és, mas quero-te]. Queria, mas não consigo. [não me autorizam, não sou digna do descanso].


Adormeço por momentos. A mente cansa-se de tanto sonhar, de tanto pensar. Acordo. Estou a ficar louca, não aguento este cárcere.

Está escuro. Acordo, mas não me vejo. Está escuro.

Mas, sinto algo estranho...pensei ser normal sentir-me um nada, sentir-me um ponto do meio de um quarto enorme, um quarto que eu não conheço, que não exploro, que não tenho com quem conhecer, no entanto, não consigo ver-me. Sinto o corpo pesado, não o consigo mexer, tento imaginar-me...tento ver a minha mão, no meio da escuridão, e não consigo...sinto-me do tamanho da cama. [Parece que caio]. Sensação louca esta, sensação de medo, de impotência.


Acendo a luz. Olho as minhas mãos, o meu corpo. Toco-me. [Tenho medo de ter perdido algo de mim]. Acalmo. Estou intacta. Apago a luz. O mesmo acontece. Não consigo expressar-me de forma melhor. Só sei que tenho medo, medo de me perder...sinto a alma fugir ao corpo, sinto a alma longe longe...não sei onde, mas longe. [se ao menos já tivesse vivido...]


Não quero ir sem viver. Não quero ir sem viver o amor. Não quero ir sem te conhecer. [Anda rápido!!a alma quer-me fugir...vem!]

terça-feira, 8 de abril de 2008

Amor


O dia começou belo. Abri os olhos para o ver [sim, não desisti da vida]. A luz do sol entrava, a medo, no meu quarto. Virei a cara para direita...não te vi...olhei o outro lado...não te vi. Pensei que o sonho se poderia tornar realidade, mas não...foste para sempre.


A rotina de todos os dias. O levantar tomar banho vestir pequeno-almoço dentes...sair de casa. Fiz o mesmo de todos os dias...o mesmo que faço desde que não te tenho, sim, tu! Não te tenho.

No caminho da rotina, houve algo que me despertou a atenção. Não sei bem o quê, mas algo importante deve ter sido e, não fui. Fugi à rotina [reconheces-me?]. Olhei e vi onde estava, numa paragem de autocarro [coincidência?]. Apanhei o primeiro autocarro que chegou.


Estava habituada a ver-te e, agora, estou só. Eramos só os dois, lembras-te? Prometi-te amor eterno, prometi-te protecção e falhei, falhei meu amor...não te protegi, não protegi uma parte de mim. E agora tentei..tentei fugir às lembranças, tentei fugir à rotina, às coisas que me lembram o quanto te amo...[eramos só nós!!e agora?!]


Cheguei ao mar...lembras-te como não gostavas de praia? nem aqui me esqueço de ti...da tua inocência. Sinto a tua falta.


Voltei para casa. Não aguento a saudade...pego num vídeo, ponho a dar na televisão...o teu sorriso!! Eu sei que és meu..sei que sou suspeita para dizer isso, mas tu és lindo e eu amo-te! Tu sorris para o vídeo, mandas beijos que acolho com paixão [sinto a cara molhada...tu não conseguias dar beijos sem me babares...como gostava disso]. No vídeo, eu apareço...faço pausa.


Amo-te meu pequeno...a tua mãozinha parece sair do ecrã...sinto-a mesmo a abraçar-me...puxa-me o cabelo bah, agarra-me, faz-me sentir viva!!!VIVE para mim. Porque agora, agora sou nada, agora, sem ti, sou corpo morto.


Não consigo carregar no play...carrego no zoom...tomei uma decisão...vou manter a televisão sempre ligada, porque sem ti não vivo. Porque afinal foi neste momento que ouvi aquela palavrinha que tanto amei..."mamã"


sábado, 5 de abril de 2008

Hoje, há Luto

Foi cedo ou tarde, não sei bem. Não foi nada de improvável, não era nada de que não esperasse, nem tu...a verdade é que nenhum de nós queria acreditar neste fim.
Mas, a noite chegou...e tu foste.
Foste sem dizer Adeus, foste sem olhar-nos nos olhos, foste como quem vem ao mundo...[talvez tenhas avançado...talvez haja um outro mundo, superior a este e tu, sim tu, estejas lá...porque mereces. quero acreditar que sim].
Vida maldita onde estiveste. Vida madrasta que te pregou demasiadas partidas até ao fim...mas, não deixavas de ser tu! Não deixavas de nos ouvir, não deixavas de dar um carinho, de dizer uma palavra amiga. Hoje há Luto.
O telefonema que te denunciou. O não saber o que fazer. O olhar nervoso com que olhei e disse que foste. Hoje há Luto.
O entrar na tua casa, o choro ouvido mas não percebido [sim, demorei a assimilar confesso]. A tentativa de fuga...sim,não queria o confronto directo, não te queria sentir, não te queria ver. Hoje há Luto.
O dia do escuro chegou. Tu estavas lá e não estavas. Eu vi-te, eu falei-te, eu senti-te...mas e tu, porque não me respondeste? Hoje há Luto.
O tempo passou. Muita coisa mudou...às vezes queria que estivesses cá, que protejesses os teus, porque eu, eu não sou capaz, sou alma fraca em corpo morto. Sinto saudade. Nós, cá estamos, sem ti e separados...cada vez mais...tu foste sem nos ajudares!!tu foste sem dizer Adeus. Hoje há Luto.
Só te peço um último Adeus, um adeus com um beijo na testa.
Estamos a morrer e, sem ti, é tudo mais difícil. Perdooa-me os pensamentos parvos que tive em alguns momentos da nossa vida.
Hoje há lembranças, hoje há saudade, hoje há luto.
"Inho"

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ouço enquanto dobro a roupita...:)

Escuto, enquanto trabalho, duas senhoras que por ali passam. Olham a roupa, mexem aqui e acolá, sem no entanto prestarem real atenção àquilo que está à sua frente. Comentam que ele até é boa pessoa. [sou humana] Espero, até perceber...
Falam de alguém que não conheço [mas também não interessa], dizem que ela queixa-se sem razão, dizem que ele lhe dá tudo, que trabalha e põe comida na mesa...[não consigo resistir, não controlo o aguçar do ouvido].
Dizem que até é bem-parecido, dizem que se apresenta sempre bem...dizem que ela não sabe o que quer, que ela está é mal habituada, criticam-na por isto ou aquilo, comentam mesmo que ele a devia deixar.
Olho as criaturas...não as entendo. Que sabem elas da vida dos seus vizinhos? que sabem elas do que se passa em quatro paredes?
Bem, pareceu-me que se referem unicamente ao Retrato. Mas afinal, o que é o Retrato?
O retrato dfine um tipo de representação, apresenta uma figura, de corpo inteiro ou em grande plano, sobre a qual é suposto que algo nos seja dito [claramente mostrado ou discretamente intuído], sobre a sua densidade psicológica, o seu estatuto social, o seu poder, a sua capacidade de sedução.
Mas, será isso unicamente que define alguém? dever-se-á tirar conclusões baseadas na aparência? bem, isto é algo que me irrita profundamente e, nesse sentido, apeteceu-me escrever isto...não é nada do género do que costumo escrever, mas foi aquilo que tinha na mente!:)
voltarei com algo bah...melhor...lol

sábado, 29 de março de 2008

Cobardia de perguntar...



"Tu só gostas de ti...".
Foram as últimas palavras que ele ouviu. Palavras ditas por ela, aquela que ele amava, aquela que ele sempre viu como sua.

Ele não reagiu [não terá o cérebro receptionado logo a mensagem...ou então, não quis entender]. Sentou-se no sofá que os dois mais gostavam, o sofá mais usado, o sofá [também] mais roto. E chorou.
Pensou. Pensou que a culpa seria dele...e chorou. O silêncio da sua casa [da casa deles] só era interrompido com o som das suas lágrimas, os gritos que, por vergonha, se transformavam em soluços. Ele olhou-a, olhou-a e pedi-lhe um beijo. Ela não respondeu, nem sequer um adeus ele ouviu. A porta fechou-se. [um estrondo...].
O estrondo continua a ser o mesmo...não o estrondo da porta, mas antes o estrondo da sua vida. Não consegiu mais fazer a vida que fazia...Afinal, ele sempre a amou. Nunca se assumiu como sendo de uma só, mas era ela quem amava...Enquanto chegava a casa e a via a cozinhar para si, enquanto chegava à cama e a podia abraçar, beijar, tocar...enquanto a tinha, enquanto podia amar quem amava, também gostava de ter "a sua vida". Não pensava no esforço que ela fazia com os dois empregos, não pensava no quanto ela sofria com as traições, não pensava no esforço que ela fazia para aguentar a relação...Afinal, ele não pensava.

Nunca mais se viram. Nunca mais falaram. Eles, os advogados tratavam de tudo...ele apenas assinava, já não lia os papéis. Não reguateou nada com ela. Deu-lhe o que queria. Ficou na casa, no sofá que os dois amavam. Passou a pensar, a pensar, pensar...pensava no quanto ele se tinha prejudicado, pensava nela, no quanto ela deveria ter sofrido...culpou-se, culpo-se e culpou-se.

Via em todos os cabelos longos, castanhos e encaracolados, os dela...via em todos os perfumes, o dela. Via em todas as mulheres, ela....Nunca mais poderia agarrá-la enquanto ela cozinhava, não poderia, apesar de todas as suas contestações, que o jantar estava a fazer, que o jantar ia estragar-se e tanto tempo tinha estado ali a cozinhar para ele...não poderia mais dançar ao som dos risos...não poderia mais vê-la sorrir. Ele não iria sorrir mais. Pensou que ela poderia perdoar-lhe....mas, e se ela não o fizesse? As dúvidas e os pensamentos assumiram o papel fulcral da sua vida.

Ele não saiu mais de casa...Não poderia mais correr o risco de correr atrás de todas as mulheres que encontrasse na rua. Não pôde mais viver na sua casa, na casa deles. Mudou de casa. Levou apenas o sofá...o sofá deles...Foi para uma casa diferente da deles...talvez assim a esquecesse...Os enguates no bar não corriam bem, não conseguia levá-las pa cama e, quando conseguia, só pensava nela...As mulheres não lhe ligavam mais [não teriam gostado...]

Cansaço. Era a única coisa que ele sentia...Pensou mais um vez em pedir-lhe perdão. Mas, ele sempre foi cobarde...nunca tomou decisões importantes [era ela quem as tomava...]

O peso que sentia era muito. Sentia o Mundo às costas. Pensou que nunca mais a veria e que, assim, o mundo não faria mais sentido. Sentou-se no sofá, aquele onde passava os dias, e pensou na sua única solução. Beijou a fotografia dela, que estava em cima da pequena mesa em frente ao sofá...os únicos objectos que compunham a sua sala...beijou-a ao mesmo tempo que premia o gatilho da arma em que segurava.

Deixou este Mundo. Não soube se ela chorou por ele. Não soube se algum dia ela o perdoaria.
A cobardia de perguntar...


domingo, 23 de março de 2008

A porta vermelha


Segue-me, até ao meu canto. Segue como se fosse teu o caminho que tanto te descrevi. [está atento aos pormenores!] Vê como esta terra se assemelha à vida de campo. Vê e Olha. Olha os sorrisos das crianças que [certamente] estarão a brincar na rua. Vê a vizinha de que tanto te falei [vá, cumprimenta...] Segue o meu caminho. Estás a ver a casa diferente? bah, aquela de que te falei...aquela dos estrangeiros [sim, eu sei, fica muito mal na rua em questão, mas não ligues...pensa nisso mais tarde]. Vês a casa branca [típica sim]. Repara na porta vermelha, repara se tem duas maçanetas na porta...Entra, vá...sem medo. [vontade de bater,não? eu sei, não é todos os dias que vês uma porta assim...mas terás tempo e, além disso, sabes que não te abrirei] Entra! A chave está aí, escondida no sítio mais provável que te ocorrer...tu conheceste-me...tu sabes onde! Entra!


Vê. Nunca a tinhas visto...bah, pegua nela..lê, sem medo!

nunca tinha tido coragem de ta mostrar [cobarde, eu...]. Nunca te quis assumir como meu, nunca pensei se seria para sempre, preferi viver na incerteza, na ignorância, no não querer saber se valia a pena apostar...em ti....

Não chores. Não és homem de chorar mas...olha pa tua direita, olha e serve-te. Deixei-te um cálice pronto...sei que gostas...se não te apetecer, escolhe outra coisa.

Bebe e olha-me..olha-me pelas [minhas] coisas. Permito-te, agora, que me conheças. [desculpa a demora]

Aproveito para te dizer...AMO-TE! Amo-te, como nunca pensei amar. Amo-te por te achar demais para mim. Não mereço o teu amor, e tu sabes...mas, Amo-te.

Agora que sabes amor, agora que me declarei, sorri para mim...sorri, com aquele sorriso que te fecha os olhos [quase] na totalidade...sorri amor, porque amo esse sorriso...

Ah, não ligues à desarrumação da casa, não ligues porque não tive tempo de a arrumar, ou melhor, até tive, mas não a quis arrumar. Quis deixar-te conhecer-me. [Conhece-me!!]


Amor, isto é o que tenho para te dizer...Amo-te e perdooa-me, porque se estás aqui, a ler esta carta que te escrevi é porque eu fui...é porque não aguentei e fui...é porque me matei.

Liga à polícia...estarei aqui, na porta ao lado, na porta vermelha [sim, eu sei...igual à da rua...que queres, achei giro...]. Não a abras tu amor, não a abras porque me matei.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Serei quem julgo Ser?

Bem, a Ignota passou-me este desafio...de me auto-avaliar, de reflectir sobre quem sou, o que faço, e quiça, que lugar ocupo neste mundo...[eu sei, já pareço Alin...lol].
Digo-vos que esta proposta já me foi colocada e mesmo em termos académicos...no entanto, contínuo com deveras dificuldades :)
Ora, o desafio consiste em me atribuir 6 características...boas e más suponho...
Eu sou:
* Emotiva - choro por tudo e por nada, penso que o mundo vai acabar quando ouço palavras duras; choro com filmes, livros ou música; choro por felicidade e tristeza. Tenho dificuldade em manter-me calma e pensar racionalmente. Penso com os sentidos [já diria o poeta]. Não aceito injustiças, não aceito maus tratos, não aceito que me ponham triste. Mas, quando o põem, demostro com raiva, demostro com palavras [ainda] mais duras e depois...vou chorar.
* Reivindicativa - não gosto de me deixar levar. não gosto de não me fazer ouvir. olho as situações e analiso-as bem [acho] e depois, se tenho razão faço tudo para o demonstrar, faço tudo para fazes vingar os meus objectivos. Sou conhecida por arranjar sarilhos, sou conhecida por estar sempre metida em confusões, por reclamar. Mas, não considero isso mau...considero antes que não deixo ninguém "passar-me por cima", se tenho direitos, pk n os fazer vingar?
* Introvertida - bah, tenho de dizer. Peco muito por isso. Não sinto à vontade quando conheço alguém. Nem sempre preciso de estar com alguém. Gosto do meu canto, do meu quarto, da minha cama. Não gosto que me façam perguntas. Gosto que me conheçam sem que eu me mostre prepositadamente. Destesto histerismos. Não gosto que, quem me conhece, leia o que escrevo.
* Sonhadora - mas acordada, pois a verdade é que raramente me lembro do que sonho a dormir. Passo horas a pensar numa vida diferente, num ela, num ele, num nós. Acordo quando tem de ser, mas a verdade é que enredos é comigo...
* Amo Animais - confesso que às vezes mais que pessoas. Não vivo sem a minha cadela. Mas, quando isso acontecer, não penso que terei um desgosto enorme e que, portanto, não quero mais nenhum. Não percebo quando as pessoas dizem isso. Não é muito mais gratificante quando podes ajudar outro animal, adoptando-o? Sim, pk sou contra pagar balúrdios por um animal..tal como não se paga por uma criança, pk pagar um animal?
* Difícil - bem, difícil encontrar o termo certo. Mas, às vezes sei que sou chata, sei que quando cismo com alguma coisa, acabo por ser chatita. Não gosto que se metam na minha vida, não gosto que me digam "avisei-te", não gosto que me digam quando e como fazer. E, por isso, costumo responder agressivamente. Não tenho paciência para toda a gente, principalmente para os mais "chegados". [estou a tentar moderar a sério...]. Não tenho paciência para crianças aos berros, irritam-me ainda mais os pais delas. Não aceito que me atendam mal e, por isso, reclamo. Mas bah, isso era no outro ponto...
Bem, esta sou eu..resumidamente...difícil este processo de auto-análise. Tanto ficou por dizer...Terei dito só aquilo que penso que devia dizer?hum...

quinta-feira, 13 de março de 2008

A tua sombra em mim

Vejo-te todos os dias…sei a hora a que acordas, e tu sabes que sim. Olho-te de longe, mas sei que o sabes. Sei a hora a que acordas, sei quando sais do banho, sei quando, nua, pões creme no corpo. [e tu sabes que sim…]. Vejo o teu corpo, as formas que te tornam tão bela…não és uma mulher como as outras. Não tens ninguém. Vives para mim. Prolongas o momento em que tocas nesse corpo. Não tens marca de bikini, não tens corpo de modelo, mas és a mais bela de todas.
Tic-Tac
Está na hora de ires. Este momento dura uma eternidade na minha vida, sinto-te minha, sinto-te como se te tocasse com as tuas mãos. A luz que te ilumina [propositada?]
Tic-Tac
Mais uma manhã. Voltarei à tua hora e tu, tu estarás aqui [aí] à minha espera, terás mais um momento [nosso].
Tic-Tac
Voltei. Voltaste. Vamos jantar. A música que ouves, não a ouço, mas sei qual é. Demonstras-me pelo modo como andas, pelos gestos que fazes, pelo olhar que vejo sem ver [malditas cortinas]. Sinto-o. És alegre assim, e eu sou-o por ti. Vivemos a rotina de todos os dias, vivemo-la um para outro. Nem sempre te vejo amor, às vezes apenas te sinto, outras vezes apenas vejo a tua alma através da tua sombra. Estava sozinho até chegares [o que te levaria a mudar de casa?] Não interessa. Chegaste à minha vida e és minha.
Tic-Tac
Os dias passam. Tudo se mantém. Tu és minha e eu sou teu. Mas…sinto-te triste. [Sempre estivemos tão bem!...] Será que queres outra vida? Será que preferes ver-me? Tenho medo, amor, tenho medo que a nossa felicidade acabe…eu conheço-te tão bem. E tu sabes disso [apesar de o difarçares…]. Estou inquieto.
Tic-Tac
Não acordaste à mesma hora…
Tic-Tac
Que se passa amor? Não sei que fazer! Estou desesperado…és a minha mulher e nada sei de ti! Onde estás? Ai, que injustiça de vida…és minha e não sei de ti, és minha e não posso procurar ajuda da polícia, és minha e não estás.
Tic-Tac
Não durmo há uma semana. Olho a tua janela. Não se altera. Quererás que vá aí? Será esse o teu objectivo?
Tic-Tac
Polícia à tua porta. Ambulâncias. Levam-te amor. Que se passou, que não me apercebi? Pensei que te conhecia. Afina…afinal tu não te mostravas para mim, eu não era teu. Afinal, eu apenas te observei, não fomos um casal. Afinal, apenas tu despertaste interesse em mim. Afinal, a tua solidão não era por me pertenceres. Afinal, tu eras apenas infeliz. Afinal, estavas apenas sozinha.
Tic-Tac
Tic-Tac
Tic-Tac

O tempo não pára. Tu preencheste-o até então. Mas, e agora? A tua sombra não faz mais perto de mim.
Tic-Tac
[Espero que voltes?]

domingo, 9 de março de 2008

Onde ninguém sabe o meu nome

Deitada neste chão, sinto-me perdida. Sozinha já não sei porquê...olho-os [sinto-me tonta]. Não me lembro de nada...
Um olá não correspondido. O choro dela. [porquê?]. O refúgio dele. O olhar dela...
Foram embora.
Que fiz eu? sinto que ninguém me conheçe, eles não querem saber quem sou. Destruí tudo à minha volta. Porquê preocurar-me com o que eles pensam? Têm direito de me olhar assim? Eu não preciso de niguém...eu tenho dinheiro para mim! De que preciso mais?
Eu amo-o. Não o tenho por eles e agora, agora os olhares, as palavras duras!! [Ingratos!!]
Fiz tudo por eles, dei-lhes tudo. Tou farta que me digam o que fazer. Nem a morte me quer. Bebi o teu veneno e não morri. Dizem que devo ter vergonha? que devo deixá-lo com ela, que devo olhar para eles?
Faço de conta que te tenho nos meus braços, assola-me à memória o calor que sentia quando te tinha. Invento-te na minha vida. Mas aqueles não me deixam! odeio-os! Amor, volta para mim. Só preciso de ti...o amanhã, amor, trará sol à nossa vida. Só os dois, sem eles, sem elas, os dois.
Não vens...também não preciso de ti!! Sei agora que é o princípio do fim. Eu sou livre e, hoje, morro por ti, morro sem ti, morro sem eles [sei-o agora], perdi-os por ti e morro sem mim.
Vivi na esperança de ter alguém que olhasse para mim. Morro agora sozinha.
Sei-o agora, estendida neste chão, o mal que fiz. Não pertenço a este mundo. Sinto-me mais tonta. [Espero que desta vez o alcóol e os medicamentos funcionem.]
Este é o meu último adeus.
Lágrima salgada esta. Sinto-me alegre como há muito não sentia.
Vou...para onde ninguém sabe o meu nome.
Ao som de,
Antony And The Johnsons - Hope Theres Someone.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Olhar sem Ver / Ver sem Olhar

Maldita chuva! Ter de andar aqui, na rua, no meio desta multidão, desta confusão...insuportável!
Ela pensava no tempo. Pensava sem sentir, ser dar valor à gota de chuva que lhe percorria o cabelo, o olho, o nariz, a boca. Ela levantava a cabeça, não para sentir o ar fresco de que se protegia, mas para não ir contra ninguém, para não ter de pedir desculpa, para não ter de falar com ninguém. Ela via apenas escuridão, via uma multidão escondida pelo guarda-chuva. Ela estava sozinha e via apenas uma multidão escura, molhada, mecanicísta. Não pensava em mudar.
Ele percorria as ruas da cidade com um sorriso. Ele não tinha guarda-chuva, nem pensava em ter [ouvia um sorrisos, umas "bocas" como que a chamá-lo de tolinho...]. Dá uma gargalhada [toliçe destes míseros mortais]. Ele olhava e via pessoas. Não lhes via a cara, porque essa, essa está escondida, mas via em cada gesto, em cada atitude, em cada modo de andar, em cada guarda-chuva, o segredo de cada um. Olhava a avenida [infinita, infinita]. Sorria. Fechava os olhos. Sentia as gotas molhadas na sua face, sentia-as percorrer cada milímetro do seu rosto até aos lábios, onde rapidamente morriam dentro de si. [prazer]
Ela via, não olhava.
Ele olhava, mas não via.
Talvez se ela não pensasse apenas, talvez se ela sentisse cada momento enquanto percorresse a avenida, talvez tivesse visto nele, alguém diferente dos demais, talvez tivesse sentido prazer. Talvez se ele pensasse e reflectisse o momento, talvez se não sentisse [apenas], talvez assim a tivesse visto, talvez assim, não só a sentisse como ser escondido, com segredos, mas sentisse o seu sexo. Se ela o olhasse...Se ele a visse...
Talvez, talvez...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Porque É simplesmente...

I heard there was a secret chord
that David played and it pleased the lord
but you don't really care for music do ya
Well it goes like this the fourth the fifth
the minor fall and the major lift
the baffled king composing hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Well your faith was strong but you needed proof
you saw her bathing on the roof
her beauty and the moonlight overthrew you
she tied you to a kitchen chair
she broke your throne and she cut your hair
and from your lips she drew the hallelujah.
Hallelujah,hallelujah, hallelujah, hallelujah
Baby I've been here before
I've seen this room and I've walked this floor
You know, I used to live alone before I knew you
And I've seen your flag on the marble arch
and love is not a victory march
it's a cold and it's a broken hallelujah
Hallelujah,hallelujah, hallelujah, hallelujah
Well there was a time when you let me know
what's really going on below
but now you never show that to me do you
but remember when I moved in you
and the holy dove was moving too
and every breath we drew was hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Well maybe there's a god above
but all I've ever learned from love
was how to shoot somebody who outdrew you
And it's not a cry that you hear at night
it's not somebody who's seen the light
it's a cold and it's a broken hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah
JEFF BUCKLEY - HALLELUJAH