Maldita chuva! Ter de andar aqui, na rua, no meio desta multidão, desta confusão...insuportável!
Ela pensava no tempo. Pensava sem sentir, ser dar valor à gota de chuva que lhe percorria o cabelo, o olho, o nariz, a boca. Ela levantava a cabeça, não para sentir o ar fresco de que se protegia, mas para não ir contra ninguém, para não ter de pedir desculpa, para não ter de falar com ninguém. Ela via apenas escuridão, via uma multidão escondida pelo guarda-chuva. Ela estava sozinha e via apenas uma multidão escura, molhada, mecanicísta. Não pensava em mudar.
Ele percorria as ruas da cidade com um sorriso. Ele não tinha guarda-chuva, nem pensava em ter [ouvia um sorrisos, umas "bocas" como que a chamá-lo de tolinho...]. Dá uma gargalhada [toliçe destes míseros mortais]. Ele olhava e via pessoas. Não lhes via a cara, porque essa, essa está escondida, mas via em cada gesto, em cada atitude, em cada modo de andar, em cada guarda-chuva, o segredo de cada um. Olhava a avenida [infinita, infinita]. Sorria. Fechava os olhos. Sentia as gotas molhadas na sua face, sentia-as percorrer cada milímetro do seu rosto até aos lábios, onde rapidamente morriam dentro de si. [prazer]
Ela via, não olhava.
Ele olhava, mas não via.
Talvez se ela não pensasse apenas, talvez se ela sentisse cada momento enquanto percorresse a avenida, talvez tivesse visto nele, alguém diferente dos demais, talvez tivesse sentido prazer. Talvez se ele pensasse e reflectisse o momento, talvez se não sentisse [apenas], talvez assim a tivesse visto, talvez assim, não só a sentisse como ser escondido, com segredos, mas sentisse o seu sexo. Se ela o olhasse...Se ele a visse...
Talvez, talvez...
15 comentários:
Neste andar, tem dois quartos mobilados, um escritório e uma casa de banho. Pouco havia a fazer, apenas pintar as paredes e remodelar as janelas. Mas ela dirigiu-se a casa de banho para lhe mostrar o que queria dali, passou juntinho ao corpo dele, ele sentiu o seu cheiro agradável, o seu perfume … fixou-a nos olhos e sentiu um arrepio enorme, ela tinha um olhar misterioso e muito profundo, aqueles olhos verdes…. Entrou depois dela.Quando ela se baixa para lhe mostrar o estado do chão, saiu um gemido da boca dele que ela não ouvirá…ui… meu Deus… Perdeu-se nos seus pensamentos por segundos… imaginando poder agarra-la ali naquele sitio… domina-la… ser dominado…perder-se nos seus braços por inteiro. Veio a ele quando ouviu a voz dela a perguntar se ele se sentia bem.Já fora da casa de banho, desceram…Na cozinha, ela ofereceu-lhe um café… Ele hesitou, até dizer que sim.Estiveram ali sentados meia hora a conversar até ficar de acordo o inicio das obras.Ele não a largava com o olhar, ela sentia-se seduzida, atraída mas o seu pensamento estava lá fora naquele miúdo por quem esta apaixonada há algum tempo….pensou para ela… “Eu vi-te aí fora…” “Eu sei que estavas a olhar para mim, por isso dei o beijo a este homem, para sentir o pico do ciúme. Não me conheces, mas ainda vais conhecer, e muito bem…”E deixou escapar um sorriso malandro.Já com a porta aberta para ele sair, relembraram um ao outro o dia combinado e despediram-se.Ela esperou até ele ir…Ela desejava mais que tudo que o puto como carinhosamente tratava ainda estivesse ali. Ela queria-o naquele instante… Desejava-o.Tentou ver se o via, mas ele já não estava escondido, já se tinha ido… nao me apercebi de nada apenas apeteceu dizer que podias escrever um livro tens material...
sim...mas agora que reli...podia ter feito bem melhor...well...saiu!!
well e o puto?...ele que saiu as escondidas da mae....que guardava aquela rua horas a fio...para a ver chegar....sabia do seu perfume trazido pela aragem da rua...que era de pedra tosca e desigual...os saltos ecoavam ao passo rapido e por x desajeitado de quem se despia ao rolar...nessa noite esquecera o casaco de cabedal e a gola alta...sentia o fresco da noite...nada o faria parar de se declarar...era hoje que coberto de coragem ...
(Un)Hapiness,
Talvez a diferença entre ele e ela resida no facto de um estar bem consigo próprio, e o outro não. O nosso estado de espirito, e a nossa forma de encarar as coisas vem de dentro de cada um de nós, e não do nosso exterior. É o nosso interior que influência totalmente a nossa maneira de encarar o mundo.
Bjo.
Já agora, deixa-me dizer-te que esta história merece mais do que terminar por um "talvez".
Tens que lhe dar seguimento, porque o tema promete.
Bjo.
Gostei de te ler...
âncorei os sentidos neste fabuloso conto
(gostava que continuasse)
voltarei ;)
Gosto de te ler..:) mesmo. (adoro os parênteses)..não ligues,hoje não tou boa,deu-me para divagar..
Nos umbrais do pensamento
Mora o desejo no limite da razão
Roubando os segredos do corpo
Lançando ao vento a emoção
Uma rosa breve guarda a beleza
O amor é orvalho de feliz pranto
O horizonte é o começo do infinito
A chegada de uma onda é alegro canto
Convido-te a sentir o beijo da chuva
Bom fim de semana
Mágico beijo
Não nos apercebemos de muitas coisas na vida no momento certo. E quando nos apercebemos, às vezes já é tarde de mais.
Como dizes, nao basta ver, não basta olhar, há que ver e olhar. Apreciar o que nos rodeia. Talvez assim não nos arrependamos de não nos termos apercebido de certas coisas.
Um beijinho
Gosto mesmo de ler os teus textos, quando acaba apetecia mesmo que continuasse e continuasse...
tens muito jeito =)
um beijinho
há tanta gente que nao nos vê...
:(
O talvez é sempre o ponto a eliminar, sinto isso.
Gostei da dualidade, tão cheia de pormenores tipicos a um 'ele' e a uma 'ela'.
Beijinho
Digamos que só lhes damos importância pelo mal que causam. É que não conseguem passar despercebidos aos olhos de quem quer o bem. Gosto dos teus textos. Talvez um dia se crie um livro com esses textos fabulosos, acho que não era má ideia.
Um beijinho. Obrigada pela visita.
OLA...GRAZIE PELA TUA VISITA...
opa as tuas ferias sao mais longas que as minhas..
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