sábado, 1 de maio de 2010

Deixo-te??

As lágrimas percorreram-lhe a face. Caíram desenfreadamente contando histórias, histórias de amor, pensava ele. Não podia acreditar naquilo que ouvira. Afinal ela era o amor da sua vida, a pessoa a quem ele dizia “amo-te”, a pessoa com que ele sonhava, a pessoa da qual ele se orgulhava. Ciúmes sempre houve na sua relação, medo de a perder, medo de que a relação perfeita acabasse.
E agora ela dizia-lhe que acabou.
- Acabou o quê?! [Estaria a sonhar?!]
- Isto é perfeito para mim!...
Mas que raio de justificação seria esta? Ele entendera o bem que aquele emprego lhe iria trazer [a ela]. Ele percebera! Ele estava disposto a aguentar! Será que ela não havia entendido isso?
Não, ela sabia isso tudo. Ela sabia e entendia. Ela sabia mas não queria.

Não me queres por eu ser assim, mas houve tempos em que quiseste! [O que mudou?] Se fui eu quem errou, eu vou remediar esta merda! Não vou querer mais ninguém, mas tu também não verás. Estou louco de amor por ti, sinto-me endoidecer! Odeio-te por me desprezares. Odeio-te por só eu te amar. Não penses em fugir, eu vou atrás de ti! Que ideia é esta agora de ires para longe e acabares com o nosso amor?? Achas justo? Anda, responde! Porquê que continuas calada? Que olhar indiferente é esse? Odeio-te Amor!

Eu juro que te mato. Eu juro que te persigo até à morte. E aí morremos os dois.
Não, volta para mim…Ajuda-me. Vamos conseguir amor, eu sei que vamos. Afinal, não me amas?
...
Não me respondes? Diz-me a verdadeira razão, diz-me! Dei-te a minha vida e agora deitaste-me fora como se de lixo se tratasse e tudo porque dizes querer perseguir os teus sonhos? Mas desde quando te impedi de os fazer?

Alma que dói. Dor que regressa. Dor mais forte. Dor de corpo. Dor de alma. Eu morri. Tu não. [ou será o contrário?]

Odeio-me, odeio-me, odeio-me e amo-te até à minha morte, para depois da minha morte.

- Será que não entendes que apenas tínhamos percepções diferentes da nossa relação?