domingo, 15 de novembro de 2009

Sorriso


O dia nasceu uma vez mais. Nasce sempre. Nasce para todos, mas a verdade é que nem sempre o vejo. No entanto, nunca desisti de o ver...E hoje vi-o! Senti os seus raios a baterem-me na cara, mesmo estando de chuva...senti os cabelos no ar, levantados pelo vento, desgrenhados, mas livres. Senti-o e respirei...respirei como quem não respira há anos e aí fui livre!

Saboreei aquele momento...senti-o doce! Este momento não podia nunca ser perdido...senti-o com toda a força, descobri que é possível e tudo foi perfeito.

E agora percebi que estou viva, percebi que o Sol me sorri e que lhe fecho tantas vezes a janela. Apeteceu-me abraçar este momento, mas a timidez recusou-me este desejo...

Oh, sabes que mais, todo este momento não passou de um sorriso, mas este sorriso foi ouro para mim! Afinal, nada mais sou do que humana como tu! O Mundo acolheu-nos como seus filhos e eu...oh, eu vou agora dizer-lhe que sim, "eu mereço" e tu, meu lindo sorriso, foste o mote!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Pensamento do dia...

Disse-te um dia que não tinhas de acreditar, apenas que terias de acreditar que eu acredito no nosso amor...


Ainda agora penso nas tuas mãos e sinto o seu toque em mim...


E por isso, odeio ver-te, odeio quando fingimos não nos conhecermos, odeio ver-te feliz, Odeio o facto de não te odiar!

E tudo...porque te amo.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Am i ok or ko?

Hoje vi-me mergulhar numa água escura, quente. Hoje vi-me mergulhar ao mesmo tempo que me atiram pedras brancas, tão brancas que me fazem nadar até elas, mas, no final, também elas se diluem comigo, em mim. Estou a derreter ao mesmo tempo que ouço risos e risos. Tento gritar mas sinto que não tenho boca...também ela derreteu. O mundo torna-se obscuro, difícil de perceber...O mundo gira, gira, de uma forma que me deixa tonta. Derreto por fim...
- "Então, acorda! Estás a ouvir alguma coisa do que te digo?! Estás há meia hora a mexer o café!"
- "..."

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Porque gostei demais de ler =)


Sempre me pareceu que tudo que existe à minha volta tem vários níveis de entendimento. Há momentos grandes disfarçados de pequenos, gente pequena mascarada de grande. Confunde-se timidez com antipatia, rotina por vulgaridade, o afecto por interesse, a alegria como uma tolice. É um mundo misterioso este, a maior parte do tempo corre-se atrás de coisas sem importância e procura-se preencher o vazio que há em todos nós com as mais variadas inutilidades, passamos ao lado dos pormenores mais insignificantes, os vidros embaciados, as mãos enrugadas pela água quente, o murmúrio nocturno das grandes cidades. Ligamos a televisão e viramos canais à procura de qualquer coisa. No entanto aquilo que nos acalma e eleva está mesmo aqui à nossa volta invisível e inclassificável habita por baixo da camada de ruído permanente que nos envolve. E atrás desse som há uma luz, atrás desse muro há uma festa.


(David Fonseca)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

(N)O teu olhar...


Há momentos de dor que se dizem para sempre. Há momentos de dor que amanhã já não me recordarei. Há momentos que preciso olhar (n)os teus olhos para acreditar no futuro. Há momentos em que sei que não há futuro em mim ou para mim...Porque sei-o em mim.

Mas quero-te para acreditar. Promete-me que terei momentos futuros em mim. Promete-me que a vida não é isto e que mesmo que o teu futuro não seja o meu, mesmo que o meu futuro não seja o teu, eu terei momentos...Quero viver, quero viver sem ti, mas quero olhar-te (n)os olhos para sentir. Porque sabes, às vezes não sei o que é sentir.

Estou à margem desta sociedade que me alimenta, à margem dos risos e dos choros dos que me rodeiam, estou à margem de ti e daqueles que amas, à margem dos encontros pedonais da cidade. Estou vazia de sentimentos, por isso dá-me o teu olhar...Dá-me o teu olhar, olhar que me permite fechar os olhos e descansar...Ajuda-me a descansar uns segundos e depois podes ir...Não te prendo a mim. Não és meu. És apenas o meu porto-seguro, o meu porto-de-abrigo. Por isso, deixa-me usar-te amor...Usar-te para dormir e voltar a viver. Viver a sentir.

Porque agora, sabes, vivo sem sentir, vivo na ilusão de uma vida, na ilusão de um sonho que me permita ter momentos.


Meu amor perfeito, só sinto o teu olhar. Permites-me?

terça-feira, 16 de junho de 2009

oh, como sou noite sem ti


Às vezes aqui é noite. Às vezes o sol da minha vida escurece-me o olhar. Às vezes esse sol franze as sobrancelhas e vira-me costas e aí, às vezes é noite. O céu transforma-se unicamente para mim, ganha vida, autonomia e afinal, fico só. Às vezes é Noite.


Nessas noites, que afinal são dias disfarçados de dor, tu não vens e eu não te procuro. Nessas noites, não sei sorrir e não me permito sonhar. Nessas noites, os sonhos cor-de-rosa que tenho contigo, os sonhos que me fazem sentir açicar nos olhos e estrelinhas na barriga, nada mais são do que parvoíces do velho coração. Mas não rio desses sonhos. Choro de tristeza por os ter, choro por ainda sonhar. Porque, no final, às vezes é noite. Passo então os dias a preparar-me para a vida e agora vejo que é de Noite.


Hoje é de Noite. Hoje a razão ocupa-se contigo, com o teu dia e com o modo como o passarás. Hoje escrevi-te uma carta porque é o teu dia de aniversário, mas tu nada disseste. Hoje sinto-me parva e só e, por isso, é noite em mim.


Podia dizer que não quero mais choros nem tristezas, que quero o sol a entrar-me pela janela, mas quando o meu sol és tu, e quando tu não me sorris, basta-me uma única opção, aceitar a noite em mim.


Amo-te porque sempre te amei, quero-te porque sempre te quis, não te tenho porque nunca te tive...talvez porque o sol e a noite nunca se vêem, também tu nunca serás meu...


If I could see past the clouds above...If I could show you wonderful things...If I walked for you a million miles...If I laid down my life for you...If I took you close in my arms...If I committed my life to share...WOULD YOU FEEL MY LOVE?

domingo, 3 de maio de 2009

Choro de alegria


Acordei sem pensar em ti. Confesso que nem sonhei contigo...Confesso que tinha mais em que pensar. Ontem a noite encheu-se de dor. Não a minha. A dela. De uma dor tal que me fez não pensar em ti...pensei nela. Ela "precisava-me". Tu não. Aliás, tu não precisas de mim...Tu precisas de sexo e, meu amor, não te posso mais dar.


O dia nasceu. E, de repente, falaste comigo. Falaste de uma forma dura, áspera, renegando o meu ser perante ti. Querias falar comgio, quase acusando-me disto ou daquilo. Não te quis ouvir. [ela dói-me não entendes...]


Voltaste a tentar. O teu desdém fez-me chorar. Retomei a casa, ao meu abrigo. Sabia que iria estar comigo e comigo. Poderia chorar de dor, gritar, sonhar com o teu amor...e vim! Percorri a multidão de olhos vendados. Não vi quem por mim passou...Não os vi, não os quis ver. Um indivíduo aproximou-se de mim, pediu-me uma indicação mas sabes, nem sei qual...acenei com a cabeça negativamente...mostrei-lhe que aquele corpo era uma máquina e eu, eu o seu ser, não estaria ali presente...mostrei-lhe e o indivíduo como apareceu, do nada, desapareceu...Não quis saber.


As lágrimas percorriam a minha face numa dor imensa que me cortou o ar. [O caminho é deveras longo...] Ligaste-me sem parar e, sabes amor, senti a respiração dela ao teu lado...disseste-me que ela queria falar comigo. Como foste capaz?? Gritei de dor. O coração parou e, quando dei por mim estava estendida no chão...ninguém me acudiu, talvez porque o meu corpo continuou a andar, despreocupado do ser que havia deixado ali no chão, estendido, calcado por todos e por todas...


Mas ganhei forças. Ganhei e cheguei à meta. Corri para alcançar o corpo que me havia abandonado e...quando cheguei, esperavas-me, com ela, à porta de casa. Fiquei imóvel. Disse não te querer ver, disse não ter de falar com ela...Mas insististe. Invadiste o meu espaço, permitiste que me humilhasse perante ela.


No entanto perdeste amor...aliás, já não és mais meu amor...mas esqueci teu nome. Falaste-me como quem me odeia perante ela. Ela não. Ela foi gentil e sim, conseguimos falar...[Perdeste] Pus-te fora de casa. A ela não. Ela ficou. Ficámos. Falamos. Tu não. Depois vieste pedir-me desculpa...imediatamente a seguir como se eu já tivésse esquecido o teu desdém...mas sabes, eu mudei. Eu não te quero mais.


Tu, sem nome, não nos tens mais. Tu estás só...Não me peças mais ajuda porque sabes, estou a aprender a amar-me.


Tu homem, não és humano.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

"and from your lips she drew the hallelujah..."


Um dia tudo se vai resolver. Nesse dia voltarei a saber quem sou. Até lá fujo...fujo de vós, viro-vos as costas mostrando um sorriso nos lábios. Não vos quero preocupar. Já não sei escrever, já não sei dizer o que sinto. Não me conheço. Digo que te amo. Mas será que me amo?


Tu vives em mim. Isso eu sei. Vives porque me pões louca. Porque me fazes doer o estômago. Tenho escrito, vezes sem conta, para ti, mas tu não sabes. Um dia mostrar-te-ei, talvez...um dia verás tudo o que eu escrevo para ti, para nós, por nós.


Amor, não vivo mais neste corpo. Ele comanda-me, de tal forma que deixei que me beijassem. Mas não sei como foi porque chorei por dentro. Chorei quando abri os olhos e não te vi. Desde então tenho fugido mais, mais, mais. Sinto nojo de mim. Traí o meu amor por ti.

Já não me conheço...


Tenho saudades de ti e de mim quando te tinha. Saudades dos nossos beijos, de fazer amor contigo, de dizer "amo-te" e sorrirmos um para o outro durante muito tempo. Isto amor, porque ficar contigo era ver as horas a passar. Não precisavamos trocar palavras ternas. O momento já o era. Meu amor, não preciso rir para ser feliz, basta ter-te. Mas ter-te leva-me a sorrir sempre.


No final da noite era tão bom fechar os olhos e saber...que te tinha...


És o meu amor perfeito. Amo as tuas imperfeições. Mas, hoje, ficam apenas as imagens. Aquelas que falam por si quando as palavras teimam em se calar. Hoje, ficam as memórias. Daquilo que foi e que vivemos.


Well maybe there's a god above

but all I've ever learned from love

was how to shoot somebody who outdrew you

And it's not a cry that you hear at night

it's not somebody who's seen the light

it's a cold and it's a broken hallelujah


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Grito de Dor



Cheguei a casa. Cansada da vida. Cheguei a casa, olhei o espelho e, num acto repentino, quebrei-o. Vi-me pela primeira vez na vida. Vi que sou feita de nada, que sou feita de mil pedaços, possíveis de conhecer, impossíveis de consertar. Vi-me como nunca deixei que me vissem.

Sorri para mim. Disse-me Olá. Respondi. Estabeleci ali um diálogo, saudável diria…um diálogo fácil, de alguém para alguém que me conhece [será?]. Fiquei ali horas. O gato apareceu e cortou-se num pedaço…de mim…as gotas de sangue, vermelho, vivo, mancharam rapidamente o manto branco que o cobre…Soltou uns gemidos [de dor?]. Não lhe liguei.

Peguei eu num pedaço de mim e sorri-me. Sorri-me, da mesma forma que o meu Eu também sorriu. Não tenho pêlo branco, não fico linda como tu ficaste, mas cobri-me dos meus pedaços. Cobri-me e aí sim…fui linda…fui um vermelho vivo, apaixonante, como nunca havia sido. [Queria que me tivesses visto assim…]

Já não estás aqui para me ver. Já não é possível. Mas agora eu sou quem tu sempre quiseste. Grito. Grito. Grito. De dor? De prazer?

Prazer. Prazer. Prazer da dor que sinto. Dor imensa que tornou o quarto num vermelho imenso. O meu corpo confunde-se. Apenas vejo alguns pontos de mim.

O último sorriso.
Vou sozinha.Mas, vou apaixonante.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Já não sei falar.

Já não sei falar...é a única conclusão a que consigo chegar. Mataste-me a fala. Mataste-me o coração. Mataste o amor que sentia por mim. Sim, por mim. Hoje já não me amo, não me amo porque te amo demais...
Hoje apenas digo que nada consigo dizer, a não ser:
"Prometo-te que se houver outra vida e que, se ambos nascermos na mesma época, eu não sou de ninguém enquanto não for tua!Prometo-te. Porque nesta vida já perdi as forças de lutar por ti amor...perdi. Mas prometo que serás meu e eu tua."

sábado, 3 de janeiro de 2009

Quando os seus olhos falavam


No quarto, numa cama qualquer que não a dele...


Este homem não tem nome [no name boy]. Por outro lado, a mulher da história tem-no. De seu nome, Winter...Como milhentas histórias, também a deles [história] não era bela, não era um conto de fadas. Era o seu homem que trabalhava fora, bebia e fumava. Ela não se lembrava do sabor de um beijo molhado, um beijo de língua...Ela imaginava apenas. Não conhecia a boca do seu No Name Boy...De vez em quando ele chegava-se a ela...nesse instante, ela sorria e pensava no bom que seria fazer amor. Mas não, No Name Boy apenas fodia sem razão aparente. Abria-lhe as pernas sem pensar se a estaria a magoar. Satisfazia o seu lado animal e dormia. Winter ficava acordada. Deixava ali deitado o corpo, não o dela, numa cama que não a sua. Com o olhar distante, preso não sei onde, respirava ofegante, numa tentativa de fugir da sua prisão.


Winter queria ver sol, mas não sabia o que era...Ouvira um dia falar do Sol na aldeia...poucas vezes saía de casa, mas numa dessas vezes, as mulheres que se conheciam todas e que falavam todas umas das outras [coisa estranha para Winter] haviam alado do Sol...Mas o que seria isso?..Winter acordava a pensar no sol...Sonhava com ele enquanto o marido lhe abria as pernas, sonhava enquanto lavava as cuecas do marido, enquanto sentia o cheiro a perfume de mulher na roupa de No Name Boy...


Que deveria ela fazer? O facto de No Name Boy ter outras mulheres não a inquietáva...era o Sol que a atraía...quem seria? seria gente como ela? seria deus? falavam de ser radioso...


Winter sentia-se cansada mas começou a ir cada vez mais à aldeia...começou, a medo, a falar com as mulheres...falou mas teve vergonha de perguntar pelo sol.


Um dia, um homem, ao qual não perguntou o nome, abeirou-se dela...Winter não sentiu desejo por aquele homem alto, de olhar robusto e sedutor, vestido como se de alguém importante se tratasse...Winter não lhe perguntou pelo sol, mas os olhos da pobre mulher falavam...Falavam e ele, o homem, soube-o naquele instante.


Prometeu-lhe o SOL...


Winter seguiu-o sem pensar e viu...o homem beijou-a e ela deixou. O homem rasgou-lhe a roupa e sem que esta notasse, proferiu gritos de prazer...Winter, essa, não o sentiu. Apenas sorrir, deitada na areia a olhar...o sol. Desinteressada pelo homem, o sol ergueu-se no céu. E parou. Parou nos seus olhos. Winter sorriu enquanto as lágrimas lhe caíam pela cara abaixo. Mal conseguia ver, mas não iria fechar os olhos. O sol pareceu-lhe sorrir também e, de repente, uma sombra cobriu-o sem razão. Winter estava sozinha, nua, e não conseguia ver.


Havia visto o sol.

Viu-o uma vez na vida...

Voltou para casa.

No Name Boy bateu-lhe.

Winter sorria.


Porque a vida é feita de sonhos, Winter tinha o dela e...concretizou-o. A sua vida voltou ao que era, não virá mais o sol, aprendeu a viver na completa escuridão mas agora com um sorriso nos lábios.


Afinal, os seus olhos falavam...