Matilde viveu e sofreu. Matilde continua aqui, neste mundo, mas não lhe pertence. Cresceu com uma mãe que não era A sua. (Terá sido engano lá de cima?).
Tentou libertar-se da prisão onde nasceu. (Ousadia de Matilde...). A jovem, com 18 anos, casa-se com o professor, aquele homem ganancioso, sem amor para lhe dar, mas no fundo...boa pessoa.
- "Não mandas mais em mim mãe! Acabou o meu sofrimento!"
A mãe de Matilde chora, chora e pensa no quanto ama a sua filha, mesmo que ela diga disparates à frente das suas amigas. Matilde não pensa assim.
Diz ser de outro mundo, um mundo superior, ao qual as "criaturas" que a rodeiam não conseguem alcançar. (o casamento irá salvá-la)
Matilde casa. Muda de caa. Tem um filho. Morre-lhe a criança. Matilde está só. Discute com a mãe, porque é a única que a ouve. Matilde espera o marido, que não dorme em casa...Matilde lê, vê televisão, chora e desepera. Torna-se num ser forte, que tudo quer e tem. (Refugia-se no álcool)
Os anos passam...
Três seres nascem numa casa sem amor. Crianças inocentes, boas e diferentes surgem e crescem no meio de agressões, ausências, mentiras. (choram sozinhas)
- "Porquê mãe?"
A avó, aquela que sempre pensou ser a sua prendeu, é a sua base. Não há amigos, não há família. Há um pai, distante, mas que ama os filhos. Há uma mãe, que tudo dá aos filhos, que os leva pra todo o lado, mas...("mãe porque partes tudo?")
Os anos passam...
Todos crescem. Modulam o pensamento. Personalidades formam-se.
- "Não aguento mais...quero morrer!! Ver a minha mãe morrer aos poucos, ver o meu pai ausentar-se e não me olhar nos olhos...nem consigo falar disto com os meus irmãos...tenho vergonha..."
Tentativas de suicídios, agressões, ausências inexplicáveis, amantes...o pensamento dos filhos...
João, o marido, sofre é verdade...chora em silêncio, chora sem lágrimas, mas a verdade é que nunca amou Matilde...
- "Eu amo os meus filhos, mas já não os consigo encarar...Estarei a errar muito com este casamento?! Eu não tenho nenhuma amante...pelo menos, desde que nasceram as crianças...mas agora tem ela!!! Naõ tem esse direito!!!"
Os anos passam...
A separação é inevitável. Matilde volta a sorrir. Volta a pensar em viver, em começar a viver. João é infeliz, mas já encara os filhos...vive na ausência dos putos, vive na expectativa das suas visitas...
Todos vivem!
- "Agora posso-vos contar o que foi a minha vida estes anos..eu sei que são minhas amigas, mas tinha vergonha dos meus pais...Mas agora, tudo vai mudar!"
Os anos passam...
- "Sou adolescente...posso pensar agora em viver a adolescência...posso pensar em namorar, em sair...em viver, que não a vida dos meus pais, a vida da mentira!!!"
Os anos passam....
- "O pesadelo voltou??"
Tentou libertar-se da prisão onde nasceu. (Ousadia de Matilde...). A jovem, com 18 anos, casa-se com o professor, aquele homem ganancioso, sem amor para lhe dar, mas no fundo...boa pessoa.
- "Não mandas mais em mim mãe! Acabou o meu sofrimento!"
A mãe de Matilde chora, chora e pensa no quanto ama a sua filha, mesmo que ela diga disparates à frente das suas amigas. Matilde não pensa assim.
Diz ser de outro mundo, um mundo superior, ao qual as "criaturas" que a rodeiam não conseguem alcançar. (o casamento irá salvá-la)
Matilde casa. Muda de caa. Tem um filho. Morre-lhe a criança. Matilde está só. Discute com a mãe, porque é a única que a ouve. Matilde espera o marido, que não dorme em casa...Matilde lê, vê televisão, chora e desepera. Torna-se num ser forte, que tudo quer e tem. (Refugia-se no álcool)
Os anos passam...
Três seres nascem numa casa sem amor. Crianças inocentes, boas e diferentes surgem e crescem no meio de agressões, ausências, mentiras. (choram sozinhas)
- "Porquê mãe?"
A avó, aquela que sempre pensou ser a sua prendeu, é a sua base. Não há amigos, não há família. Há um pai, distante, mas que ama os filhos. Há uma mãe, que tudo dá aos filhos, que os leva pra todo o lado, mas...("mãe porque partes tudo?")
Os anos passam...
Todos crescem. Modulam o pensamento. Personalidades formam-se.
- "Não aguento mais...quero morrer!! Ver a minha mãe morrer aos poucos, ver o meu pai ausentar-se e não me olhar nos olhos...nem consigo falar disto com os meus irmãos...tenho vergonha..."
Tentativas de suicídios, agressões, ausências inexplicáveis, amantes...o pensamento dos filhos...
João, o marido, sofre é verdade...chora em silêncio, chora sem lágrimas, mas a verdade é que nunca amou Matilde...
- "Eu amo os meus filhos, mas já não os consigo encarar...Estarei a errar muito com este casamento?! Eu não tenho nenhuma amante...pelo menos, desde que nasceram as crianças...mas agora tem ela!!! Naõ tem esse direito!!!"
Os anos passam...
A separação é inevitável. Matilde volta a sorrir. Volta a pensar em viver, em começar a viver. João é infeliz, mas já encara os filhos...vive na ausência dos putos, vive na expectativa das suas visitas...
Todos vivem!
- "Agora posso-vos contar o que foi a minha vida estes anos..eu sei que são minhas amigas, mas tinha vergonha dos meus pais...Mas agora, tudo vai mudar!"
Os anos passam...
- "Sou adolescente...posso pensar agora em viver a adolescência...posso pensar em namorar, em sair...em viver, que não a vida dos meus pais, a vida da mentira!!!"
Os anos passam....
- "O pesadelo voltou??"
6 comentários:
Sensibilizada pelo teu olhar silencioso em 'fragmentos'!
.... fiquei um pouco sem jeito para comentar o teu texto! Não sei se fantasia, se realidade! E quando qualquer forma de intimismo parece estar presente, 'evito' comentar! Não tenho esse direito.
Um texto imenso de profundo sentir...
Inventei uma cidade colorida
Pintei um lago ao pé da tua porta
Coroei-te com diadema de sal
Lancei à sorte esta folha já morta
Boa semana
Doce beijo
Este vento que sopra nos brandais
Leva de arrasto a minha alma
A proa estende-se adiante na vaga
Olhar de garça o meu coração acalma
Ai quem me dera voar no canal
Ai quem me dera ser a tua espera
Ai quem me dera que o amor
Ai! morasse naquela terra
Bom fim de semana
Doce beijo
E pensar que há tantas matildes...
(Un)Hapiness,
Um texto muito forte, e que nos deixa a pensar. É daquelas histórias que podem servir como exemplo para muita gente. Se todos pensarmos no que aqui está escrito, e nos é transmitido, talvez se possam evitar muitas situações iguais ou parecidas com esta que aqui relatas. Infelizmente há muitos mais casos assim do que qualquer um de nós julga.
Bjs.
(Un)Hapiness,
Bom domingo.
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