sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!

Antero de Quental

3 comentários:

Anónimo disse...

Porque nem sempre nossas posses e poderes nos trazem o bem que almejamos

Anónimo disse...

É mesmo disso que somos feitos. Silêncio, escuridão, mágoa, tristeza. O resto? O resto é nada que, por incrivel que pareça, supera o tudo.

Å®t Øf £övë disse...

No "Pedaços de Nós" somos unânimes, e dizemos que este "Até não é um mau blog", por isso quando tiveres uma oportunidade passa por lá para ires buscar o prémio.
Bjs.