sábado, 26 de janeiro de 2008
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Viver sem Viver (PARTE I)
Matilde viveu e sofreu. Matilde continua aqui, neste mundo, mas não lhe pertence. Cresceu com uma mãe que não era A sua. (Terá sido engano lá de cima?).
Tentou libertar-se da prisão onde nasceu. (Ousadia de Matilde...). A jovem, com 18 anos, casa-se com o professor, aquele homem ganancioso, sem amor para lhe dar, mas no fundo...boa pessoa.
- "Não mandas mais em mim mãe! Acabou o meu sofrimento!"
A mãe de Matilde chora, chora e pensa no quanto ama a sua filha, mesmo que ela diga disparates à frente das suas amigas. Matilde não pensa assim.
Diz ser de outro mundo, um mundo superior, ao qual as "criaturas" que a rodeiam não conseguem alcançar. (o casamento irá salvá-la)
Matilde casa. Muda de caa. Tem um filho. Morre-lhe a criança. Matilde está só. Discute com a mãe, porque é a única que a ouve. Matilde espera o marido, que não dorme em casa...Matilde lê, vê televisão, chora e desepera. Torna-se num ser forte, que tudo quer e tem. (Refugia-se no álcool)
Os anos passam...
Três seres nascem numa casa sem amor. Crianças inocentes, boas e diferentes surgem e crescem no meio de agressões, ausências, mentiras. (choram sozinhas)
- "Porquê mãe?"
A avó, aquela que sempre pensou ser a sua prendeu, é a sua base. Não há amigos, não há família. Há um pai, distante, mas que ama os filhos. Há uma mãe, que tudo dá aos filhos, que os leva pra todo o lado, mas...("mãe porque partes tudo?")
Os anos passam...
Todos crescem. Modulam o pensamento. Personalidades formam-se.
- "Não aguento mais...quero morrer!! Ver a minha mãe morrer aos poucos, ver o meu pai ausentar-se e não me olhar nos olhos...nem consigo falar disto com os meus irmãos...tenho vergonha..."
Tentativas de suicídios, agressões, ausências inexplicáveis, amantes...o pensamento dos filhos...
João, o marido, sofre é verdade...chora em silêncio, chora sem lágrimas, mas a verdade é que nunca amou Matilde...
- "Eu amo os meus filhos, mas já não os consigo encarar...Estarei a errar muito com este casamento?! Eu não tenho nenhuma amante...pelo menos, desde que nasceram as crianças...mas agora tem ela!!! Naõ tem esse direito!!!"
Os anos passam...
A separação é inevitável. Matilde volta a sorrir. Volta a pensar em viver, em começar a viver. João é infeliz, mas já encara os filhos...vive na ausência dos putos, vive na expectativa das suas visitas...
Todos vivem!
- "Agora posso-vos contar o que foi a minha vida estes anos..eu sei que são minhas amigas, mas tinha vergonha dos meus pais...Mas agora, tudo vai mudar!"
Os anos passam...
- "Sou adolescente...posso pensar agora em viver a adolescência...posso pensar em namorar, em sair...em viver, que não a vida dos meus pais, a vida da mentira!!!"
Os anos passam....
- "O pesadelo voltou??"
Tentou libertar-se da prisão onde nasceu. (Ousadia de Matilde...). A jovem, com 18 anos, casa-se com o professor, aquele homem ganancioso, sem amor para lhe dar, mas no fundo...boa pessoa.
- "Não mandas mais em mim mãe! Acabou o meu sofrimento!"
A mãe de Matilde chora, chora e pensa no quanto ama a sua filha, mesmo que ela diga disparates à frente das suas amigas. Matilde não pensa assim.
Diz ser de outro mundo, um mundo superior, ao qual as "criaturas" que a rodeiam não conseguem alcançar. (o casamento irá salvá-la)
Matilde casa. Muda de caa. Tem um filho. Morre-lhe a criança. Matilde está só. Discute com a mãe, porque é a única que a ouve. Matilde espera o marido, que não dorme em casa...Matilde lê, vê televisão, chora e desepera. Torna-se num ser forte, que tudo quer e tem. (Refugia-se no álcool)
Os anos passam...
Três seres nascem numa casa sem amor. Crianças inocentes, boas e diferentes surgem e crescem no meio de agressões, ausências, mentiras. (choram sozinhas)
- "Porquê mãe?"
A avó, aquela que sempre pensou ser a sua prendeu, é a sua base. Não há amigos, não há família. Há um pai, distante, mas que ama os filhos. Há uma mãe, que tudo dá aos filhos, que os leva pra todo o lado, mas...("mãe porque partes tudo?")
Os anos passam...
Todos crescem. Modulam o pensamento. Personalidades formam-se.
- "Não aguento mais...quero morrer!! Ver a minha mãe morrer aos poucos, ver o meu pai ausentar-se e não me olhar nos olhos...nem consigo falar disto com os meus irmãos...tenho vergonha..."
Tentativas de suicídios, agressões, ausências inexplicáveis, amantes...o pensamento dos filhos...
João, o marido, sofre é verdade...chora em silêncio, chora sem lágrimas, mas a verdade é que nunca amou Matilde...
- "Eu amo os meus filhos, mas já não os consigo encarar...Estarei a errar muito com este casamento?! Eu não tenho nenhuma amante...pelo menos, desde que nasceram as crianças...mas agora tem ela!!! Naõ tem esse direito!!!"
Os anos passam...
A separação é inevitável. Matilde volta a sorrir. Volta a pensar em viver, em começar a viver. João é infeliz, mas já encara os filhos...vive na ausência dos putos, vive na expectativa das suas visitas...
Todos vivem!
- "Agora posso-vos contar o que foi a minha vida estes anos..eu sei que são minhas amigas, mas tinha vergonha dos meus pais...Mas agora, tudo vai mudar!"
Os anos passam...
- "Sou adolescente...posso pensar agora em viver a adolescência...posso pensar em namorar, em sair...em viver, que não a vida dos meus pais, a vida da mentira!!!"
Os anos passam....
- "O pesadelo voltou??"
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