quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Sexto dia.

Não chegou a uma semana. Seis dias. Seis dias bastaram para que o faz-de-conta acabasse. Pensei que a mentira fosse a nossa única solução. Pensei. Acreditei ou então quis acreditar. Mas seis dias mostraram que não. O sexto dia, nesta história, deveria ter outro número ou então deveria pensar-se numa cor sempre que evocarmos este dia, aquela que quisermos, mas que mostre a dor que este dia acarretou.
O sexto dia é hoje e hoje é natal. Natal deveria ter cores fortes, alegres, deveria fazer com que o açúcar nos olhos existisse, pelo menos neste dia, fosse aos oito ou aos oitenta. Deveria. Sim. Mas toda a mentira acaba. A mentira não é fácil de suportar e o sexto dia não permitiu que continuasse. Não me lembrava de doer tanto. Tenho fugido. Muito. Tenho fugido e feito de conta que as razões dessa fuga são outras. Não são. As razões, essas, não existem. Uma só se impõe: Tu.
Se, por um lado, foi bom, tão bom, encontrar o conhecido, sincronizado com aquilo que sou, por outro, pergunto: será que sou? Será que ainda sou?
Tentei que sim. Mas hoje o dia não me permite falar só por falar. O dia hoje não me permite sorrir só por sorrir, ouvir-te só por ouvir. Hoje eu disse-te o que és, quem és, o que fazes e em quem nos transformaste.
Não, não é tempo do faz-de-conta. É tempo de ouvires que sim, que sei que és alcoólica e que nada mais consigo fazer por ti. Hoje é natal. Natal. (Pergunto-me que quererá isto dizer!) Voltaste a dizer-me tudo aquilo que sempre ouvi. Não sou A tua filha. Não sou quem querias que fosse. Não sou a minha irmã e mereço vingança. Ouvi hoje. Ontem, o ontem que é todo o meu sempre, ouvi mais. Não posso dizer-te que te perdoo. Não sei dizer o que sinto. Não consigo dizer que nada disto me afecta. Não. Mas consigo dizer que fazes de mim pior pessoa do que aquela que julgo ser. Fazes-me mais mal que bem. E isto dói.
Hoje digo-te que um dia mais pode ser fatal. Hoje penso que já não choro por ti mas sim pela mãe que perdi há alguns anos atrás. Tu pouco me dizes. E tentas tantas vezes magoar-me, a mim e aos poucos que tens. (Tão poucos!)
Deveria a vida ser um ciclo. Curto. Porque este ciclo já há muito que dura…Lamento que sejas infeliz. Lamento que tentes fazer dos outros infelizes. Lamento a dor constante nesta família que se une pelo faz-de-conta ou então por um desejo infantil de que, um dia, tudo mude.
Se o natal é tempo de fé, hoje eu não acredito.
Sexto dia.
O fim.

Fim.  

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Longe.


Quando estou longe, sinto que era bom ter vivido há umas décadas atrás, no tempo em que se escreviam cartas e as pessoas se empenhavam nisso. Eram cartas bem escritas, bem pensadas, bem sentidas. Hoje abreviam-se palavras. Abreviam-se frases, pensamentos, sentimentos.
Hoje é o quase de ontem…ao longe…

terça-feira, 5 de junho de 2012

chuva.

foi num dia de chuva. foi num dia de chuva que o meu mundo chorou. foi hoje. hoje o meu coração de tanto sorrir por te ver, rachou. foi neste dia de chuva que te ouvi dizer ´estou feliz´. foi esta chuva que rachou o meu coração, adornada com o teu sorriso  e a tua indiferença ao meu coração rachado. hoje. hoje. e ouvi. e chorei e senti-te longe. lá longe. com outra pessoa. e a chuva caiu grossa. e parei de te ouvir para ouvir a chuva. e quando voltei, tu já lá não estavas...e eis-me, desde então, à chuva.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Can you see the light
At the end of the dark passageway
Take me wit you towads this light
Into the darkness passing over the faces in the river
Hear me!
I'm whispering in your ear!




http://youtu.be/1VmRyM5RfRU

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

...

Falta-me o sono. Falta-me o sorriso que me encheu até agora. Falta-me a vida nesta vida. E falta-me mais alguma coisa, mas nao sei como lhe chamar. E estou apenas triste, apenas triste. Triste no que sou e não apenas porque estou...Triste em mim.
Preocupa-me a tua vida e estou ansiosa por saber como serão outras vidas. E fico assim, a viver a vossa vida, esquecendo-me da minha.
Sinto apenas que nunca serei feliz. Sei-o em mim porque nunca o fui. Sei-o porque conto as lágrimas que me correm todos os dias.
Mas sorrio para vós. Sorrio e, ao vosso olhar, sou apenas uma menina feliz, cheia de sonhos.
Hoje falta-me a vontade de continuar. Pergunto-me quanto tempo mais irei aguentar este sentimento. Hoje apetece-me ser importante para alguém...
...será assim tão difícil?...
Sao 3h da manha. Vou sair. o Rio está ali...talvez ajude.

domingo, 10 de abril de 2011

Farta

Pergunto-me as vezes que tentei ser quem não sou. As vezes que vesti um vestido curto, calcei sapatos de tacão alto e coloquei batom vermelho. As vezes que o fiz e aparentei ser algo que não sou, aparentei conseguir ser perfeita. E vendi-me. Vendi-me de uma forma fácil e aparentemente verdadeira em mim.

Hoje sinto-me lixo. Não sei se estou a fugir de algo ou em direcção a algo. Mas a verdade é que tenho sido tudo menos eu. Estou completamente só. Tornei-me eu na mentira, talvez porque haja segredos que devem ficar secretos.

Mas eu sei. Eu conheço o meu ser e sei que o meu segredo és tu. O meu segredo é amar-te para lá da morte. É sonhar com o teu vulto e agarrar-me a ele como quem se agarra a uma bóia de salvação. Agarro-te, prendo-te a mim, mas em vão. O sonho acaba e o pesadelo começa todas as manhãs. Conheces-me amor...só tu vias a música que há em mim. Só tu vias palavras no olhar. Só tu me fazias agradecer por ainda viver.

Precisei tanto de ti. Precisei de estradas rectas, mas as curvas foram muitas e desconhecidas. Oh, mas apesar de todas as mentiras, eu só vejo amor em ti, em nós. Mas tu abandonaste-me. E aí fui tanta gente...adaptei-me a cada ser e procurei o amor desenfreadamente. Mas nunca fui eu. Nunca permiti que mais alguém me conhecesse. Tanto que não sei mais quem sou, não sei como voltar ao início. Não sei o que é um beijo...esqueci-me o que é um beijo apaixonado! [Digam-me por favor!]

Será pedir muito quando digo querer uma segunda oportunidade? Uma oportunidade para mim, para ser feliz. Preciso de uma distracção. Preciso chegar ao fim com um sorriso nos lábios e ser levada nas asas de um anjo para longe daqui, mas sempre com um sorriso, sorriso de quem viveu. De quem viveu feliz, de quem soube o que é o amor, de quem se lembra o que é um beijo apaixonado, de quem dá a mão e se arrepia.

Onde quer que vá, preciso de uma vida feliz. Preciso de paz. Preciso de amor e saber amar. Quero dormir por fim.

"The Sun is gone but i have a light" Kurt Cobain

sábado, 26 de junho de 2010

O jogo do faz-de-conta

Ligaste-me. Eu atendi o mais rápido possível. Não poderia acreditar que eras tu...e disseste-me que tinhas saudades. Disseste-me que gostavas de tomar um café comigo e eu fui...E falámos, falámos durante horas a fio. Por instantes pensei nunca te ter perdido. Esqueci tudo aquilo que me fez doer a alma e acolhi-te na minha vida por aquele instante. E aí fomos felizes...Tão felizes como antes eramos, quando tentámos ser felizes juntos, esquecendo-nos que afinal já o eramos...
E fizémos amor. Fizémos amor nos lençois que já choravam a tua ausência. E fui tua. Já te disse que esqueci tudo o resto?
Mas, o interruptor ligou-se e de repente já não estávamos a brincar ao faz de conta.
E agora, haverá volta a dar?

sábado, 1 de maio de 2010

Deixo-te??

As lágrimas percorreram-lhe a face. Caíram desenfreadamente contando histórias, histórias de amor, pensava ele. Não podia acreditar naquilo que ouvira. Afinal ela era o amor da sua vida, a pessoa a quem ele dizia “amo-te”, a pessoa com que ele sonhava, a pessoa da qual ele se orgulhava. Ciúmes sempre houve na sua relação, medo de a perder, medo de que a relação perfeita acabasse.
E agora ela dizia-lhe que acabou.
- Acabou o quê?! [Estaria a sonhar?!]
- Isto é perfeito para mim!...
Mas que raio de justificação seria esta? Ele entendera o bem que aquele emprego lhe iria trazer [a ela]. Ele percebera! Ele estava disposto a aguentar! Será que ela não havia entendido isso?
Não, ela sabia isso tudo. Ela sabia e entendia. Ela sabia mas não queria.

Não me queres por eu ser assim, mas houve tempos em que quiseste! [O que mudou?] Se fui eu quem errou, eu vou remediar esta merda! Não vou querer mais ninguém, mas tu também não verás. Estou louco de amor por ti, sinto-me endoidecer! Odeio-te por me desprezares. Odeio-te por só eu te amar. Não penses em fugir, eu vou atrás de ti! Que ideia é esta agora de ires para longe e acabares com o nosso amor?? Achas justo? Anda, responde! Porquê que continuas calada? Que olhar indiferente é esse? Odeio-te Amor!

Eu juro que te mato. Eu juro que te persigo até à morte. E aí morremos os dois.
Não, volta para mim…Ajuda-me. Vamos conseguir amor, eu sei que vamos. Afinal, não me amas?
...
Não me respondes? Diz-me a verdadeira razão, diz-me! Dei-te a minha vida e agora deitaste-me fora como se de lixo se tratasse e tudo porque dizes querer perseguir os teus sonhos? Mas desde quando te impedi de os fazer?

Alma que dói. Dor que regressa. Dor mais forte. Dor de corpo. Dor de alma. Eu morri. Tu não. [ou será o contrário?]

Odeio-me, odeio-me, odeio-me e amo-te até à minha morte, para depois da minha morte.

- Será que não entendes que apenas tínhamos percepções diferentes da nossa relação?

quarta-feira, 31 de março de 2010

...

Não tenho nenhuma influência sobre Deus.


Ele nem sabe quem eu sou, o que é uma merda porque dava-me jeito!