domingo, 25 de janeiro de 2009

Já não sei falar.

Já não sei falar...é a única conclusão a que consigo chegar. Mataste-me a fala. Mataste-me o coração. Mataste o amor que sentia por mim. Sim, por mim. Hoje já não me amo, não me amo porque te amo demais...
Hoje apenas digo que nada consigo dizer, a não ser:
"Prometo-te que se houver outra vida e que, se ambos nascermos na mesma época, eu não sou de ninguém enquanto não for tua!Prometo-te. Porque nesta vida já perdi as forças de lutar por ti amor...perdi. Mas prometo que serás meu e eu tua."

sábado, 3 de janeiro de 2009

Quando os seus olhos falavam


No quarto, numa cama qualquer que não a dele...


Este homem não tem nome [no name boy]. Por outro lado, a mulher da história tem-no. De seu nome, Winter...Como milhentas histórias, também a deles [história] não era bela, não era um conto de fadas. Era o seu homem que trabalhava fora, bebia e fumava. Ela não se lembrava do sabor de um beijo molhado, um beijo de língua...Ela imaginava apenas. Não conhecia a boca do seu No Name Boy...De vez em quando ele chegava-se a ela...nesse instante, ela sorria e pensava no bom que seria fazer amor. Mas não, No Name Boy apenas fodia sem razão aparente. Abria-lhe as pernas sem pensar se a estaria a magoar. Satisfazia o seu lado animal e dormia. Winter ficava acordada. Deixava ali deitado o corpo, não o dela, numa cama que não a sua. Com o olhar distante, preso não sei onde, respirava ofegante, numa tentativa de fugir da sua prisão.


Winter queria ver sol, mas não sabia o que era...Ouvira um dia falar do Sol na aldeia...poucas vezes saía de casa, mas numa dessas vezes, as mulheres que se conheciam todas e que falavam todas umas das outras [coisa estranha para Winter] haviam alado do Sol...Mas o que seria isso?..Winter acordava a pensar no sol...Sonhava com ele enquanto o marido lhe abria as pernas, sonhava enquanto lavava as cuecas do marido, enquanto sentia o cheiro a perfume de mulher na roupa de No Name Boy...


Que deveria ela fazer? O facto de No Name Boy ter outras mulheres não a inquietáva...era o Sol que a atraía...quem seria? seria gente como ela? seria deus? falavam de ser radioso...


Winter sentia-se cansada mas começou a ir cada vez mais à aldeia...começou, a medo, a falar com as mulheres...falou mas teve vergonha de perguntar pelo sol.


Um dia, um homem, ao qual não perguntou o nome, abeirou-se dela...Winter não sentiu desejo por aquele homem alto, de olhar robusto e sedutor, vestido como se de alguém importante se tratasse...Winter não lhe perguntou pelo sol, mas os olhos da pobre mulher falavam...Falavam e ele, o homem, soube-o naquele instante.


Prometeu-lhe o SOL...


Winter seguiu-o sem pensar e viu...o homem beijou-a e ela deixou. O homem rasgou-lhe a roupa e sem que esta notasse, proferiu gritos de prazer...Winter, essa, não o sentiu. Apenas sorrir, deitada na areia a olhar...o sol. Desinteressada pelo homem, o sol ergueu-se no céu. E parou. Parou nos seus olhos. Winter sorriu enquanto as lágrimas lhe caíam pela cara abaixo. Mal conseguia ver, mas não iria fechar os olhos. O sol pareceu-lhe sorrir também e, de repente, uma sombra cobriu-o sem razão. Winter estava sozinha, nua, e não conseguia ver.


Havia visto o sol.

Viu-o uma vez na vida...

Voltou para casa.

No Name Boy bateu-lhe.

Winter sorria.


Porque a vida é feita de sonhos, Winter tinha o dela e...concretizou-o. A sua vida voltou ao que era, não virá mais o sol, aprendeu a viver na completa escuridão mas agora com um sorriso nos lábios.


Afinal, os seus olhos falavam...