terça-feira, 24 de julho de 2007

Ao som da música

Ana via sorrisos à sua volta. Olhava e via-os a sorrir. Acompanhados, aparentemente felizes. Ana estava sozinha, apenas com a chávena de café à sua frente e o telemóvel...aquele objecto que servia de ligação a quem queria...aquele objecto que a podia fazer voltar e querer ficar...mas que não tocava nunca...e ela sabia-o.
Ana estava sozinha. Aquele ser que nunca despertou interesse estava sozinho e todos o sabiam...mas nada faziam...(seriam os sorrisos, pena?)
Ana estava sozinha e apenas a música lhe falava...não ouvia nada mais e, apenas o sol, naquela tarde de Verão, lhe provocava uma pequena reacção...
Ana pensava se estaria sozinha na solidão...pensava e não reagia...
A música acabou...
Ana levantou-se...
Ana sorriu.

domingo, 22 de julho de 2007

As árvores morrem de pé


Eles eram amantes. Pelo menos, assim pensava ela...
Eles eram amigos. Assim pensava ele...
Ela viveu em função dele...olhava-o com paixão e, pensava para si "Amo-o...". Ela não o dizia em voz alta, porque sabia que o sentimento não era recíproco...mas tentava...tentava que ele a visse como namorada...tentava que ele a apresentasse aos amigos...tentava que ele lhe fizesse surpresas...tentava que não fosse só sexo...ela tentava.
Ele viveu para si...achava-lhe piada e, pensava "gosto da miúda...". Ele sabia que ela queria mais, mas não pensava no assunto...ele tentava...tentava ter bons momentos...tentava que ela percebesse por si própria o tipo de relação que tinham...tentava manter o sexo e a amizade...ele tentava.
Ela era inocente, era romântica, apaixonada e sonhadora...
Ele era infantil, era egoísta, cobarde...um bom vivã...
Eles continuaram...amaram-se e magoaram-se...
Ele parou no tempo...
Ela sentou-se e disse "Até já..."

O dia veste de negro


Acordei. Pensei não ouvir mais. Mas ouvi…Vi-te cair no mesmo erro, e nada pude fazer…ou será que pude e não o fiz? Enfim…não serei a melhor pessoa para te ouvir, não serei certamente quem mais te percebe…mas acredita que te amo…via em ti, tudo o que queria…mas agora, vejo o que não quero…perdoa-me! Tentei perceber-te…eu juro que sim…mas falhei, e tu foste!! E agora…agora, não falo a tua língua, e a dele muito menos…porquê? Por que deixaste que ele te levasse?
Como dói esta minha impotência…mas sabes o pior? Eu penso em mim. Eu penso no meu sofrer e só depois no teu. Eu sei, sou egoísta…não te mereço…mas entende-me, tudo voltou…tudo o que eu achava ter acabado e que tanto me fazia sofrer, voltou…e tu deixaste…e eu não te perdoo por isso…
Ai…que digo eu…não sei o que digo. Olho e vejo tudo da mesma cor, vejo-te contra mim. Sofro. Raiva. Por ele?? Estás numa prisão…por tudo…por nada…Acordo. E agora?